Gazeta Digital
Gislaine da Silva Oliveira Penafort, 33, foi agredida e teve os direitos violados em um ônibus do transporte coletivo de Cuiabá. Ela é mãe de 3 crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e denúncia ter sido estapeada dentro do ônibus da linha 720, que percorre o bairro Jardim Industriário até o centro. Ela foi expulsa do veículo e registrou o boletim de ocorrência após o episódio ocorrido na noite do dia 30 de janeiro.
Ao site, Gislaine disse que, ao entrar no ônibus, encontrou todos os bancos preferenciais ocupados. Diante da lotação e com 3 crianças, solicitou os assentos aos passageiros que utilizavam o lugar. Segundo ela, os ocupantes atenderam ao pedido, exceto uma mulher, que se recusou a sair. Indignada, ela filmou a ação, momento que levou um tapa da passageira, que cortou seu rosto.
Após a agressão, as crianças se desesperaram, momento que Gislaine solicitou ajuda ao motorista, mas este não reagiu. Então ela acionou a Polícia Militar, contudo o condutor não ficou no local até a chegada da viatura.
“O motorista deixou a gente na rua. Literalmente, pegaram um dos meus filhos no colo, outro puxado pelo braço e o outro mandaram sair, enquanto me colocavam para fora”, lembrou a mãe indignada.
As 3 crianças possuem a carteira de identificação emitida pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (SETASC) que comprova o diagnóstico. O autismo é considerado uma deficiência, conforme Lei Federal nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012.
Além disso, atendimento prioritário às pessoas do espectro autista são assegurados pela Lei Municipal nº 6.509/2020 e pela Lei Estadual nº 10.873/2019.
Conforme contou ao site, muitas mães de crianças autistas se solidarizaram após o caso e relataram que já passaram pela mesma situação de violação.
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“Eu recebi muitas mães que disseram que já passaram por isso. O direito dos nossos filhos não estão sendo garantidos. A gente tem uma luta, mas que por baixo dos panos todo mundo passa a mão”, acusou Gislaine.
Diante dos fatos, o caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), que têm uma equipe especializada no assunto apura as denúncias.