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Ex-políticos confirmam humilhações, torturas e ameaças

Gazeta Digital

Humilhação, tortura psicológica e ameaças de mais medidas jurídicas. São esses os relatos de ex-políticos e agentes públicos que foram presos pela juíza aposentada e ex-senadora cassada, Selma Arruda.

O caso voltou à tona após o renomado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, revelar que a magistrada deixava o ex-governador Silval Barbosa pelado em uma sala, todas às vezes que ele ia depor perante à 7ª Vara Criminal.

“Em Mato Grosso tinha uma juíza que se falavam Moro de saia. Ela foi cassada por corrupção em um ano. Ela fez exatamente o que o Moro fez. Eu sei porque fui advogado de um governador do Estado e ela, antes de ouvi-lo, mandava ele para uma salinha e tirava a roupa dele para humilhá-lo, para quebrar moral dele antes do depoimento”, disse Kakay ao canal MyNews no Youtube.

A reportagem procurou o ex-governador que confirmou a versão do advogado que o defendeu à época. “A gente já saia da prisão escoltado e algemado. Chegávamos naquela sala na parte de baixo, e lá nos mandavam tirar a roupa e ficar para sermos revistados. E você chegava no depoimento já constrangido, humilhado e sem uma certa dignidade”, relatou Silval.

“E isso não foi só comigo não. Em uma vez, ficamos eu, o Pedro Nadaf (ex-secretário) e o Marcel De Cursi (ex-secretários). Todos pelados por um tempo”, completou.

Kakay afirmou que a determinação de Selma Arruda não tinha base jurídica e era autoritária. “Quando você tem um sistema autoritário, é isso que acontece com o negro e o pobre na periferia, só que não sai na imprensa. Os invisíveis sociais, quando vão depor, são humilhados no dia a dia”, disse Kakay. Silval ficou preso entre setembro de 2015 e junho de 2017, quando passou a cumprir o regime de prisão domiciliar, após firmar acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

Quem também confirmou que passou pelos mesmos métodos da magistrada aposentado foi o ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Riva. Segundo ele, as arbitrariedades eram tanta, que mesmo sua defesa reclamando, não era ouvido. “Naquele momento ela tinha a razão. Ninguém a questionava. Ela era poderosa”, disse Riva.

O ex-deputado também afirma que havia ameaças quando a reclamação por ficar pelado era feita. “Ameaçava prender a gente de novo. Ou seja, você está preso, fragilizado, e vinha mais essa ameaça. Era uma tortura psicológica tremenda”, explicou.

Porém, Riva acredita que Selma Arruda está pagando ou pagou por tudo que vem como magistrada. “O tempo é o senhor da razão. E acredito que ela já começou a pagar por todos os excessos que cometeu. E essas arbitrariedades era o quão graves como os erros que cometi”, finalizou. Selma nega as acusações e diz que irá processar Kakay pelas suas declarações.

Condenado cita pressão em cadeia

O ex-secretário de Fazenda (Sefaz), Marcel De Cursi, afirmou que chegou a pedir para constar nos autos o fato de terem que ficar pelados antes das oitivas.


“A Selma patrocinou diversas outras humilhações e torturas psicológicas. No meu caso, por exemplo, foi determinada
uma remoção no meio da madrugada. Eu fui deslocado no meio da noite do CCC (Centro de Custódia da Capital) para o Pascoal Ramos para uma ala de alta periculosidade”, disse De Cursi à reportagem.


Segundo ele, só não foi concretizado a transferência porque o juiz de execuções penais não permitiu o ingresso dele na penitenciária. “Ele determinou aos agentes da remoção que eu fosse devolvido ao CCC. O juiz da época que impediu Selma foi o Geraldo Fidelis que foi acionado pela diretora do Pascoal Ramos”, afirmou.


O ex-secretário também afirma que ao seu lado ficou um preso de Cáceres, e que dizia conhecer a Selma e dizia que estava lá para convencê-lo a falar.

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“Ele me ameaçou diversas vezes. Tudo foi levado ao conhecimento da direção do CCC, que a princípio não acreditou, mas tomou providências. “Em verdade, todos foram torturados de uma forma ou de outra, inclusive delatores”, avalia.


Depois da sua denúncia, De Cursi conta que Selma Arruda foi pessoalmente ao presídio visitar as celas, que a magistrada chegou a conversar com o detento que o ameaçava, que após isso, ele foi transferido dias depois.

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