Aplicação irregular de agrotóxico matou mais de 100 milhões de abelhas em municípios do interior de Mato Grosso no último mês. Laudo que veio à tona nesta semana revelou que o uso por via aérea da substância Fipronil em uma fazenda prejudicou a produção de apicultores em um raio de 30 km.
Primeiro caso foi registrado em uma área de apicultura da cidade de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá). Mortes em massa das abelhas foram registradas entre os dias 18 e 19 de junho. Contudo, com denúncias posteriores de criadores, foi verificado que o agrotóxico atingiu diversas áreas.
Vice-presidente da Associação de Apicultores de Sorriso, Clacir Signorini apontou que foram registradas perdas de 600 colmeias atingidas na data do primeiro caso. Contudo, as mortes continuaram sendo registradas em outras propriedades, o que prejudica uma quantificação do número total de perdas.
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“A gente somou por baixo, porque uma colmeia é uma caixa. Em uma caixa, tem mais ou menos 170 mil a 220 mil abelhas nesta época de alta produção. Morreram 600 colmeias e, nas contas que fizemos, deu no mínimo 102 milhões, jogando baixo. Mas isso são só as das caixas, mas morreram todas, inclusive da natureza”, disse.
Informações do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), que produziu laudo pericial, apontam que além de Sorriso também foram registradas mortes de abelhas em Ipiranga do Norte (530 km ao norte de Cuiabá) e Sinop (500 km da Capital).
Segundo o Indea, o Fipronil tem seu uso liberado. Contudo, a substância não pode ser utilizada por via aérea, o que foi registrado. Com o derramamento de agrotóxico, as correntes de ar espalharam o insumo para uma área de cerca de 30km do foco.
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Produtor rural responsável pelo uso do agrotóxico foi multado em R$ 225 mil, mas cabe recurso. Indea encaminhou laudo à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, que pode autuar o fazendeiro por crime ambiental, e também ao Ministério Público, que poderá ajuizar ação para condenação em favor dos apicultores.
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