Mensagens trocadas pelo ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, e outra servidora da Pasta dão indícios da ausência de parâmetros legais nas contratações da Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), vinculada à Secretaria de Saúde da Capital. As mensagens, em tese, demonstram que os ‘vencedores’ das licitações eram definidos arbitrariamente, sem qualquer observância ao processo licitatório.
O conteúdo veio à tona na quarta fase da Operação Curare, deflagrada nesta quinta-feira (20). A operação mira um grupo empresarial que supostamente se manteve à frente da prestação de serviços na Secretaria de Saúde de Cuiabá mediante o pagamento de vantagens ilícitas.
As mensagens em questão diziam respeito à prestação de serviços na enfermaria pediátrica e na UTI coronariana do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Na conversa, o ex-secretário Célio Rodrigues confirma à servidora que os dois setores ficariam sob responsabilidade da VIP Prestação de Serviços Médicos – LTDA, ainda que, naquele momento, a única concorrente na licitação fosse a Hipermed, também alvo da Curare. À Hipermed, na ocasião, foi designada a responsabilidade pela enfermaria adulto.
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Na quarta fase da Operação, a Polícia Federal apontou indícios de que a VIP Prestação de Serviços Médicos tenha relação com o ex-secretário adjunto da SMS, Milton Corrêa da Costa, que teria dissimulado a propriedade da empresa, oficialmente atribuída a Douglas Castro, já que estava proibido de contratar com o poder público.
Ambos os investigados já foram alvos da Operação Overpriced, que apura suposto superfaturamento em aquisições da SMS com empresas, dentre elas, a Hipermed. Milton e Douglas, porém, já tiveram êxito na derrubada das medidas cautelares diversas à prisão e na liberação de R$ 1,3 milhão em bens por ausência de requisitos legais para manutenção das medidas sob defesa patrocinada pelo advogado Hélio Bruno Caldeiras.