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Delegacia recebe dezenas de denúncias de maus-tratos em creche depois de morte de bebê

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Depois da morte do bebê Vicente Camargo, de apenas cinco meses, na Creche Espaço Criança Feliz, em Várzea Grande, outras mães se encorajaram e fizeram diversas denúncias no canais de comunicação da Polícia Civil, relatando que os filhos sofreram algum tipo de maus-tratos no local, de acordo com o delegado Marlon Luz, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga as circunstâncias da morte do menino.

“Depois que a gente instaurou o Inquérito Policial aqui na Delegacia, no bojo dessa investigação nós recebemos diversas denúncias de ouras mães que já deixaram seus filhos hospedados naquela creche, onde provavelmente ocorreu a morte do Vicente. Essas mães trouxeram para gente informações de que seus filhos sofreram de alguma forma maus-tratos, lesões, displicência de profissionais e que ocasionaram lesões em razão dessas displicências. A gente acabou acolhendo dezenas de denúncias nesse sentido”, contou o delegado ao HNT nesta quarta-feira (24).

Um vídeo que circula na página ‘Justiça Por Vicente’ compilou algumas dessas denúncias. Em uma foto, uma mãe pergunta no Whatsapp da creche o que havia acontecido na perninha do filho dela, identificado apenas como Gabriel. Em outra queixa, uma outra mulher afirma que o local possui um ‘péssimo ambiente’ e que os trabalhadores são ‘péssimos profissionais’. Veja o vídeo e os prints no final da matéria.

Uma outra mãe, de uma criança que possui Transtorno do Espectro Autista (TEA), reclamou que foi expulsa do berçário e que tanto ela quanto o filho foram tratados ‘igual cachorros’ pelos cuidadores. Em outro relato, uma mulher afirma que a filha ficou doente e chegou a ter convulsões depois de ficar poucas horas no Espaço Feliz.

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No entanto, apesar das denúncias, o delegado explicou que para que as queixas sejam investigadas, é preciso registrar um boletim de ocorrência. Isso porque a reclamação precisa ser formalizada, pois só assim será apurada pela delegacia especializada, a quem compete esse tipo de caso.

“É claro que o objeto dessa denuncia não são objeto de apuração da DHPP, mas traz uma contextualização de como a creche funcionava. E é essa informação que a gente extrai dessas denúncias. Se a mãe levar ao conhecimento da Delegacia, registrando um boletim de ocorrência, gera uma obrigatoriedade de apurar. Denúncias anônimas por si só não vão autorizar a instauração de um procedimento. Então, as mães que têm filhos que foram vítimas dentro da creche, que um boletim de ocorrência em qualquer delegacia, pois esse documento é encaminhado com atribuição para investigar o caso. É preciso que se noticie formalmente para que haja uma apuração”, orientou Marlon Luz.

RELEMBRE O CASO

O pequeno Vicente Camargo morreu enquanto estava no berçário Espaço Criança Feliz, localizado no bairro Marajoara I, em Várzea Grande, na quarta-feira (17).

Segundo informações apuradas pela reportagem, o bebê estava no berçário e foi alimentado pelos cuidadores, que colocaram o menino para dormir no berço. Momentos depois, eles foram ver como Vicente estava, mas disseram que o menino já estava roxo. Desesperados, os cuidadores tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram.

Em seguida, levaram o bebê para o Hospital Santa Rita, em Várzea Grande, mas ele já estava morto quando deu entrada na unidade de saúde. À polícia, os trabalhadores afirmaram que acreditam que a vítima tenha se engasgado com o leite.

Já o atestado de óbito emitido pelo IML contraria a versão apresentada pelos cuidadores, afirmando que a morte de Vicente foi causada por traumatismo craniano produzido por instrumento contundente.

Familiares do pequeno Vicente Camargo clamam por justiça ao pedirem que os donos da unidade sejam punidos pelo acontecido. “É uma revolta e indignação muito grande. Eles não têm estrutura, nem uma câmera para filmar o que aconteceu. Disseram para nós que ele mamou e a criança engasgou. Mas, já constataram que derrubaram, deu traumatismo craniano. Mataram a criança”, disse Guilherme Aparecido, tio de Vicente, em entrevista à TV Centro América, na última quinta-feira. 

OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com a defesa do berçário e foi informada pelo advogado Rafael Andrade que irá se manifestar somente depois do chamamento da polícia. Contudo, os donos, funcionários do berçário e próprio advogado já estiveram na DHPP, prestaram as primeiras explicações e deixaram os contatos.     

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