O Povo Haliti-Paresi realizou, neste mês, a primeira colheita experimental de 35 hectares da soja preta na Terra Indígena Utiariti, município de Campo Novo do Parecis. A produção deve resultar em 700 sacas de sementes para o plantio da próxima safra. Esta variedade foi desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), com suporte técnico de cultivo feito pela Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) e Embrapa Arroz e Feijão (Goiânia-GO).
Já o cultivo mecanizado da soja amarela não-transgênica é a principal fonte de geração de renda para três etnias. Na safra 2019/2020, somente a Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti, Nambikwara e Manoki (Copihanama) distribuiu cerca de R$ 2,65 milhões para suas aldeias. Cada indígena recebeu o valor de R$ 1.566. O restante dos lucros será investido no plantio da safrinha de milho, em maquinário e na melhoria da sede das fazendas.
A área cultivada de grãos nas Terras Indígenas do povo Paresi não chega a 2% do território demarcado. São 6.620 hectares de lavoura, de um total de 1,422 milhão de hectares, em sua maioria, de vegetação de cerrado nativo. De acordo com o presidente da Copihanama, Ronaldo Zokezomaiake, a cultura mecanizada melhorou a qualidade de vida para o seu povo.
“Conseguiu dar condições para os jovens se formarem em cursos técnicos e de nível superior em diversas áreas do conhecimento e permanecerem morando nas aldeias”, salientou.
Em entrevista para a TV Brasil, o presidente da Funai, Marcelo Xavier, citou o exemplo do Povo Paresi ao falar sobre a importância dos projetos de etnodesenvolvimento nas Terras Indígenas.
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“Isso traz 20 milhões de reais ao ano, beneficiando diretamente 2 mil famílias e representa 1,5% do território deles. Foi desempenhado em áreas degradadas. É absolutamente sustentável”, afirmou.
Fonte: Assessoria de Comunicação / Funai com informações da Coordenação-Geral de Etnodesenvolvimento (CGETNO). Fonte: Tangará em foco.