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Após bebê sumir no parto, idosa crê ter visto filho desaparecido em festa de igreja em Cuiabá

Gazeta Digital

Uma mãe que nunca pôde dar carinho, amor, atenção, ou mesmo ver o rosto do filho desde o nascimento. Em meio a um sofrimento que se arrasta há mais de 40 anos, a cuiabana Onedina da Silva, de 69 anos, aguentou calada seus sentimentos e sua história de vida até poucos meses atrás.

A idosa carrega consigo a tristeza de não ter tido a oportunidade e o direito de cuidar do primeiro filho e nem ao menos sabe o seu nome. Isso porque, logo que deu à luz, por volta dos 19 anos, teve o bebê tirado de si contra sua vontade por ser jovem e não ter condições financeiras para criá-lo.

Hoje, ela sonha em poder reencontrar o filho perdido, ao menos para pedir desculpas. Ela que acredita que ele esteja vivo e inclusive crê que o viu na Festa de São Benedito de 2023, momento em que entrou em estado de choque, diante da semelhança com o seu segundo filho e também pelas palavras ditas por ele na ocasião.

Essa história, marcada por dores, mas também por esperança, iniciou-se quando dona Onedina ficou grávida. Sem o apoio do pai da criança, enfrentou todo período de gestão sozinha, ainda na adolescência. Apesar de saber o nome do homem, não deseja qualquer tipo de contato com ele.

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A idosa escondeu a gestação o quanto pôde, devido ao medo e falta de amparo. Apenas duas tias de criação sabiam da história, mas por serem brigadas, as duas nem perguntavam nada a respeito. Somente uma delas foi ao hospital no dia do parto. Elas seriam as únicas que possivelmente saberiam do paradeiro do bebê. No entanto, após o ocorrido, nunca mais comentaram o assunto. Uma delas, inclusive, já faleceu, enquanto a outra perdeu contato com a família.

“Eu fiquei lá sozinha. Quando chegou o outro dia que, eu tive [o bebê]. Não tinha ninguém do meu lado. Eu não sei o que aconteceu, eu dormi muito forte e acordei já perto do meio dia. Mandaram uma empregada me pegar. Acordei e ela estava do meu lado, perguntei ‘cadê a criança?’, ai ela falou que não sabia quem tinham levado ele”, recorda.

As memórias de dona Onedina são frágeis por conta da idade e o pouco que se lembra é que a data do nascimento do filho pode ter sido próxima ao dia 10 de fevereiro de ano de 1970 e que o parto ocorreu no Hospital Geral. Apesar disso, nunca deixou de pensar um dia sequer no primogênito que não teve a oportunidade de cuidar e dar seu amor.

Ela contou ao site que não sabe para quem foi dado o recém-nascido, apenas foi informada de que era um menino através de outras pessoas no local.

A história somente veio à tona no ano passado, quando a idosa resolveu contar ao segundo filho, Vinicius Rafael da Silva Lima, 33 anos. Até então, ele acreditava ser filho único por parte de mãe. 

Possível encontro

Onedina recorda da crise de choro e desespero, na Festa de São Benedito, santo o qual é devota e frequenta religiosamente todos os anos a festividade.

A ação do tempo e a aparente a timidez não são os únicos impeditivos quando se trata da comunicação e do entendimento da idosa, algo que demonstra ser uma de suas mágoas em relação ao dia que supostamente teria visto o filho.

Isso porque, quando tinha apenas 8 anos, se afogou no rio Cuiabá, razão pela qual perdeu a audição de forma significativa nos dois ouvidos e teve consequentemente prejudicada a habilidade da fala. Por este fato não entendeu o que havia sido dito por ele e tem remoído aquele momento desde então.

História de vida 

Dona Onedina nasceu em Campo Verde e foi registrada na capital, em 24 de novembro de 1954. Filha de Francisca Alves da Silva e de Sebastião Angelo da Silva, Onedina nunca conheceu o pai. Irmã de outros 11 irmãos, ainda na infância foi criada por uma tia irmã de criação do pai e estudou somente até a 5ª série. Por volta de seus 12 ou 13 anos começou a trabalhar como doméstica para sobreviver, algo que fez por toda a vida.

Há certo tempo soube que o filho poderia ser um funcionário da Assembleia Legislativa, mas não tem certeza da informação, de como seria seu nome e se ainda hoje poderia estar no mesmo cargo e local de trabalho.

Sem fotos ou possibilidade de saber como era o filho, dona Onedina olha com ternura as fotografias do caçula, na tentativa de imaginar como teria sido o primogênito. Quando olha para Vinícius, tenta projetar como é o rosto do filho perdido, que estaria hoje com cerca de 50 anos.

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A idosa teme não conseguir conhecer o filho ainda em vida e nos últimos meses tem passado por longos períodos de tristeza e dores no peito, resultado da angústia que sente diariamente.

A vontade em contar sua história neste momento se dá para que de algum modo o homem que viu aquele dia na Festa de São Benedito, ou que saiba algo de seu passado, relembre e busque pela mãe.

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