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Sobrinha de vítima cobra criação de banco de dados de estupradores: “Se tivesse, estariam aqui comigo”

Repórter MT

Tauany Micheli pediu a criação de um banco de dados nacional para estupradores. Ela é sobrinha de Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, e prima de Miliani Calvi Cardoso, 19 anos; Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, 10 anos, e o apelo vem após a morte das vítimas durante uma chacina em Sorriso (420 km de Cuiabá), no mês passado, cometida por um estuprador.

O autor confesso da chacina, Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, já era procurado pela polícia por um crime parecido, que ele cometeu dois meses antes, em Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá). Ele estava com mandado de prisão em aberto e era considerado fugitivo.

Porém, isso não o impediu de conseguir o emprego de pedreiro, em uma obra ao lado da casa de Cleci e suas filhas. Para Tauany, se o banco de dados para estupradores já existisse, poderia evitar a chacina.

“Se esse homem estivesse fichado, e tivéssemos um site onde pudéssemos pesquisar se possui pessoas fichadas perto de nós, para que a gente pudesse se proteger, para que nós pudéssemos ter conhecimento, nada disso teria acontecido. Hoje elas estariam aqui comigo”, lamenta.

Tauany também disse que o assassino já devia estar preso há muito tempo. “A minha família morreu, porque a nossa Justiça não prendeu ele quando tinha que prender. Ele deveria estar na cadeia há muito tempo, deveria estar fichado”, salienta.

A jovem também comentou sobre a tia e as primas. Para Tauany, Cleci dava de tudo para as filhas. “Tia Cle era uma mulher muito forte. Ela lutou a vida toda para dar tudo para as meninas. Tudo que ela podia. Estudar em escola particular, faculdade, o melhor que ela podia dar. Ela trabalhou a vida toda para cuidar dela”, relatou.

Ela também disse ter orgulho da sua prima mais velha. “A Miliani fazia engenharia agronômica. Ela era muito inteligente. Uma vez a gente estava na casa da minha avó e ela saiu porque tinha aula de genética, era de noite. Aquilo me deu tanto orgulho dela, porque ela já tinha 19 anos, e eu já tive essa idade. Ela estava em uma fase tão gostosa da vida, que a gente aprende muito. Ela estava amadurecendo muito rápido”, disse.

Tauany contou que descobriu o crime por meio da sua mãe, que avisaram sobre a movimentação na casa. Num primeiro momento, ela não acreditou que algo grave tinha acontecido, mas depois, ao ver a reação de uma tia, se tocou.

“Eu estava trabalhando e a minha mãe bateu na minha janela, e ela estava desesperada falando que a minha tia tinha ligado, falando que tinha acontecido alguma coisa na casa da tia Cle. Aí, eu larguei o serviço e pensei: ‘Ah, não deve ser nada, deve ter acontecido alguma coisa e a gente não está conseguindo falar com as meninas’. Mas quando eu virei a esquina, vi o Corpo de Bombeiros e a polícia. Já fiquei muito preocupada e achei que alguma delas havia sofrido algum acidente, até tranquilizei minha mãe, dizendo que aconteceu alguma coisa, mas elas iriam ficar bem e que os bombeiros iriam ajudar”, afirma.

“Quando eu cheguei perto, eu vi que minha tia estava muito desesperada, e foi aí que eu pensei que tinha acontecido algo muito sério, que alguma das meninas podia ter morrido. Mas quando eu fui falar com ela, ela disse que alguém tinha entrado na casa e matado todas elas”, completa.

O crime

As vítimas foram mortas na sexta-feira (24), entretanto os corpos só foram localizados na segunda-feira (27), mesmo dia em que Gilberto foi detido. 

O bandido trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas. Na noite de sexta, ele invadiu o imóvel pulando a janela do banheiro e cometeu os crimes. Em seguida, voltou para a obra, retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner.

Na segunda-feira, quando a polícia chegou no local, ele agia normalmente, como se fosse apenas mais um popular “curioso” sobre o crime, assistindo a cena com os colegas de trabalho. Quando a polícia realizou diligências na obra, ele apresentou apenas a cópia da identidade como documento. 

Durante checagem dos dados pessoais, a equipe policial apurou que contra ele havia dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio.

Questionado, ele ficou nervoso e alegou que não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana.

Na casa, a perícia da Politec encontrou marcas de chinelo no piso manchado com sangue. Ao vistoriar os pertences do criminoso, os agentes encontraram um chinelo com as mesmas características das marcas no piso da residência da família e foi confirmado se tratar do mesmo calçado marcado no piso.

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Após ser questionado novamente, o assassino confessou ter cometido os quatro homicídios.

Em confissão à polícia, ele deu detalhes do crime. Ele contou que estuprou três das vítimas enquanto elas ainda agonizavam, após serem esfaqueadas por ele.

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