Repórter MT
O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, revelou que a ex-juíza Selma Arruda obrigava o ex-governador Silval Barbosa a ficar nu antes de prestar depoimentos na 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá. A declaração foi dada em entrevista à página Mynews.
“Em Mato Grosso tinha uma juíza que falavam que era o Moro [Sérgio Moro] de saia. Ela foi cassada por corrupção em um ano. Eu sei, porque fui advogado de um governador do Estado e ela, antes de ouvi-lo, mandava ele para uma salinha e tirava a roupa dele para humilhá-lo, para quebrar a moral dele antes do depoimento”, afirmou Kakay.
Kakay avaliou que a decisão de Selma em obrigar o ex-governador a ficar nu antes dos depoimentos foi reflexo da arbitrariedade na Justiça e as exigências contra Silval não tinham fundamento.
“Quando você tem um sistema autoritário, é isso que acontece com o negro e o pobre na periferia, só que não sai na imprensa. Os invisíveis sociais, quando vão depor, são humilhados no dia a dia. Esse governador que foi colocado nu na sala dessa juíza, que felizmente foi cassada por corrupção em menos de um ano, representa uma elite que está sofrendo aquilo que os negros e pobres sofrem no dia a dia e que ninguém ouve falar”, completou.
Enquanto juíza titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda foi responsável em decretar a prisão do ex-governador Silval Barbosa, em setembro de 2015, por conta de suspeitas envolvendo fraudes na concessão de incentivos fiscais, o que veio à tona com a Operação Sodoma, deflagrada pela Delegacia Fazendária da Polícia Civil. A prisão foi revogada somente dois anos depois, após o ex-governador firmar acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).
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Selma Arruda ainda foi responsável pela prisão de outros políticos como ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, e de ex-secretários de Estados. Por isso, ganhou notoriedade e desligou-se da magistratura para entrar na política. Nas eleições de 2018, foi vitoriosa na disputa ao Senado, mas, foi cassada meses depois pela Justiça Eleitoral por formação de caixa 2.
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