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Quando menos vale mais. Quantidade ou qualidade?

Werner Roger, colunista do iG
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Werner Roger, colunista do iG

Atualmente somos bombardeados por uma quantidade incrível de informações, ofertas das mais variadas naturezas, e nosso tempo disponível parece encurtar cada vez mais. Nossas horas de sono são reduzidas, tempo para ler um livro tranquilamente é um luxo, e até o nosso lazer fica comprometido. No trânsito, o viva voz permite que nos comuniquemos continuamente, evitando multas de trânsito, mas distraindo nossa atenção.

Dentro deste contexto estressante surge uma alternativa, ou pode-se até dizer, filosofia de vida, onde o menos é mais. O minimalismo. Aquele indivíduo que adota o minimalismo deseja menos coisas e menos consumo, menos compromissos, e menos distrações inúteis. O movimento surgiu na década de 50 em Nova York, na pintura e escultura, caracterizado pela simplificação das formas e cores, artes visuais e até arquitetura e decoração.

Minimalismo pode ser resumido como simplicidade e foco, é aí que fazemos nossa analogia aos investimentos. Já comentamos outras vezes que o comportamento tem uma importância maior na tomada de decisões em relação ao conhecimento técnico. As emoções predominam sobre a razão. E como escrevemos no início desta coluna, a carga de informações, que influenciam nossas emoções, contamina o processo de tomada de decisões.

Muitos investidores buscam a pedra filosofal dos investimentos através da tecnologia, programas ou sistemas que nos indicariam as melhores opções de investimentos e mesmo uma carteira ideal. Será isso possível? James (Jim) Simons, matemático, filantropo, considerado o maior gestor de Wall Street através da gestora Renaissance teve um retorno anual em seu principal fundo de 66,07% (39,2% líquido das despesas e comissões da gestora) durante 30 anos, entre 1988 e 2018.

O fundo cobrava 5% de taxa de administração e 20% de performance entre 1988 e 2000, 36% em 2001, e de 2002 em diante esta passou para 44%. Há quem reclame das taxas de administração e de performance. Mas o importante é o retorno líquido, já deduzidos os custos da gestão. Alguém reclamaria com o Jim? Creio que não. Quem investiu US$ 100 em 1988, teria US$ 399 milhões em 2018, sem um único ano de desempenho negativo.

Está aí a tão sonhada pedra filosofal (substância da alquimia que poderia transformar qualquer metal em ouro, também conhecida como elixir da longa vida). Em 2008, ano da crise da sub-prime, o fundo Medallion rendeu 98,2%, enquanto o índice S&P 500, caiu 38,5%. Simons se aposentou como gestor em 2009, continuando como presidente do Conselho de Administração da Renaissance até 2021. Em 2022 o fundo teve um ganho de 19%.

Para aqueles que quiserem saber mais sobre Jim Simmons, recomendo ‘O Homem que Decifrou o Mercado, como Jim Simons Criou a Revolução Quant’, do autor Gregory Zuckerman. Como não temos Jim Simmons, nem a pedra filosofal, o que investidores deveriam buscar é uma gestão minimalista para seu patrimônio, ou seja, focada, concentrada e baseada nos fundamentos das empresas.

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Muitas vezes a concentração, ou seja, gestão minimalista, nos permite acompanhar muito de perto as empresas e os fatores econômicos a elas relacionadas, tanto sobre o mercado em que atuam, bem como inerentes aos próprios negócios. Diversificação sem conhecimento ou aprofundamento se torna uma pulverização arriscada.

Fonte: Economia

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