Algumas rodovias estaduais e federais de Mato Grosso continuam bloqueadas com manifestações antidemocráticas promovidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Inconformados com a derrota nas urnas, eles reivindicam pautas golpistas, como intervenção militar.
De acordo como o último balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Rota do Oeste, Mato Grosso tinha 28 pontos interditados até às 14h36 de terça-feira (2), segundo dia de manifestações. A BR-163 é a via com o maior número de bloqueios: 12 no total.
Ainda segundo a PRF, em alguns trechos estão sendo liberados caminhões com carga viva, ambulâncias, ônibus e veículos de passeio.
Na madrugada desta terça, em sessão virtual extraordinária, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) formaram maioria e seguiram a determinação do ministro Alexandre de Moraes para desobstrução imediata das vias.
Em resposta, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) afirmou, em nota, que trabalha para o restabelecimento do direito de ir e vir da população e frisou que “compete exclusivamente à gestão do Departamento de Polícia Rodoviária Federal providenciar e disponibilizar os meios e a organização do efetivo necessários para dar cumprimento à desobstrução das rodovias federais”.
A nota ainda, divulgada pouco antes do primeiro pronunciamento de Bolsonaro, criticou a postura do presidente de manter o silêncio e não reconhecer o resultado das urnas. “Acaba dificultando a pacificação do país, estimulando uma parte de seus seguidores a adotarem ações de bloqueios nas estradas brasileiras”.
Receba as informações do ATUALMT através do WhatsApp:
Clique aqui para receber as notícias no seu WhatsApp.
No entanto, quarenta horas depois da decisão do pleito, Bolsonaro falou. Em um pronunciamento que durou dois minutos e 21 segundos, ele não reconheceu a derrota para Lula (PT) e disse que os “atuais movimentos populares são frutos de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral”.
Sobre os bloqueios, Jair comentou timidamente e frisou que “manifestações pacíficas são bem-vindas”, desde que não prejudiquem o “direito de ir e vir”.
