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PM é autor da morte de diretora da Sanear, aponta delegado

Gazeta Digital

Após 16 meses de investigações, a Polícia Civil de Mato Grosso aponta que um policial militar, que já está preso, acusado de outros crimes, é um dos autores do assassinato da diretora do Serviço de Saneamento de Rondonópolis, Terezinha Silva de Souza, executada no dia 15 de janeiro de 2011. 

Investigações do crime são conduzidas pela Delegacia de Homicídios e Delegacia Regional de Rondonópolis (212 km de Cuiabá). Terezinha foi assassinada, quando estava dentro da camionete do órgão, na rua major Otávio Pitaluga, no centro da cidade. No momento, ela estava se deslocando à sede da Senar. 

Segundo informações da Polícia Civil, evidências periciais e informações reunidas no inquérito policial apontaram que um dos autores do assassinato de Terezinha e da tentativa de homicídio contra o motorista dela é um policial militar, que é investigados em outros crimes pela Delegacia de Pontes e Lacerda. 

À época dos 5 homicídios investigados em Pontes e Lacerda, por meio da Operação Letífero, o policial estava lotado no Grupo Especial de Fronteira (Gefron).

De acordo com o delegado regional de Rondonópolis, Thiago Garcia Damasceno, as informações reunidas na investigação levaram à autoria de um dos envolvidos na execução da vítima. A investigação prossegue para chegar ao outro autor.  

Morte de Terezinha

A presidente do Sanear de Rondonópolis foi morta por volta das 7 horas da manhã do dia 15 de janeiro do ano passado. Duas pessoas em uma motocicleta CB 300 de cor vermelha, aproximaram-se da camionete conduzida pelo motorista de Terezinha. Quando houve a parada no semáforo da via, o passageiro da motocicleta desceu do veículo com arma em punho, aproximou-se da lateral da camionete e efetuou diversos disparos contra a vítima. O motorista teve ferimentos leves em razão dos estilhaços do vidro do veículo.

Investigação e evidências

As evidências reunidas no inquérito chegaram à identificação de que o condutor da motocicleta utilizada no crime era o policial militar. A primeira fase da investigação requisitou perícias essenciais e ouviu testemunhas do momento do crime, familiares e pessoas do convívio da vítima. A apuração chegou às características das roupas do condutor e da motocicleta. O condutor utilizava roupas e capacete escuros e era uma pessoa de estrutura física baixa e forte, o que batia com compleição do policial militar.

A perícia nos projéteis constatou que era de uma arma de calibre 9mm, cujos disparos foram feitos a curta distância e quatro atingiram a vítima. A trajetória dos projéteis apontaram ainda que o motorista da camionete não era o alvo.

No decorrer da investigação conduzida pela Delegacia Regional de Rondonópolis, a equipe apurou que um veículo com as características semelhantes ao usado no homicídio foi abandonado às margens da BR-364, em Pedra Preta e localizado em 10 de fevereiro de 2021, ou seja, poucos dias após o crime.

A motocicleta estava com os sinais identificadores suprimidos propositalmente, porém, os investigadores localizaram uma etiqueta autocolante com a inscrição do NIV, o que possibilitou a identificação do veículo – uma moto da marca Honda, modelo CB 300, de cor vermelha, ano 2011.

Em consultas não foram encontrados registros de furto ou roubo em relação à motocicleta. “Esse foi um importante indício de que realmente estávamos com o veículo utilizado no homicídio, pois as adulterações feitas foram justamente para impossibilitar a identificação de um veículo utilizado para o cometimento de algum crime”, explica o delegado Thiago Garcia.

A partir da identificação da moto os investigadores buscaram por imagens do sistema de OCR, que faz a leitura de caracteres de veículos em rodovias do estado, e descobriram que ela transitou na região de Pontes e Lacerda no fim de dezembro de 2020 retornando a Rondonópolis dias depois.

Outras imagens mostraram que a moto estava em um clube de tiro de Rondonópolis, cujo condutor trajava um uniforme do local. As diligências realizadas buscaram por um eventual vínculo da pessoa que conduzia a motocicleta com Pontes e Lacerda e os investigadores chegaram ao nome do policial, que trabalhou na região.

Em outra investigação da Polícia Civil em Pontes e Lacerda, que apurou cinco homicídios ocorridos entre 2019 e 2021, o laudo de confronto balístico de projéteis encontrados em quatro vítimas deu resultado positivo na confrontação com a perícia nos projéteis extraídos do corpo de Terezinha Souza. Ou seja, a mesma arma utilizada para matar Terezinha fora utilizada nos homicídios ocorridos em Pontes e Lacerda.

Em depoimento, o policial negou que fosse proprietário da motocicleta usada no homicídio e confirmou ser associado ao clube de tiro em Rondonópolis, informação que contradiz o interrogatório prestado à delegada de Pontes e Lacerda. Ele negou ainda que tenha destruído seus aparelhos celulares quando foi preso na Operação Letífero e alegou que teria perdido os telefones.

“Com todo o material reunido na investigação ficaram comprovadas a autoria e materialidade do homicídio qualificado cometido pelo investigado”, pontuou o delegado.

Operação Letífero

Em janeiro deste ano, a operação conduzida pela Delegacia de Pontes e Lacerda cumpriu mandados em Rondonópolis contra alvos investigados por cinco homicídios ocorridos naquela cidade, em tese praticados pelo policial militar investigado. Contra eles foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência e de prisão temporária.

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A investigação apurou que na época dos homicídios ele encontrava-se lotado na unidade do Gefron, mas não estava trabalhando na data do crime.

Nos mandados de busca na residência do policial, os investigadores apreenderam diversos objetos, entre eles um conjunto de capa de chuva de cor preta; um capacete preto e um uniforme do clube de tiro de Rondonópolis, todos elementos idênticos aos usados pela pessoa que estava na motocicleta no dia do homicídio de Terezinha e nas imagens captadas pelas câmeras OCR.

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