Listas que seriam de pagamentos a gráficas, candidatos do PSD e do PP e promissórias em nome do senador Carlos Fávaro, foram apreendidas no apartamento do ex-secretário de Ciência, Tecnologia e inovação de Mato Grosso, Nilton Borgato (PSD), durante cumprimento de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Descobrimento, deflagrada pela Polícia Federal em 19 de abril.
A operação visa desarticular organização criminosa que transportava grande quantidade de cocaína para a Europa, por meio de jatos de luxo. Na ocasião, o ex-secretário foi preso e apontado como um dos líderes do esquema.
As três listas foram encontradas no apartamento de Borgato, no Residencial Harmonia, em Cuiabá. A reportagem não teve acesso aos documentos, no entanto, as informações constam no termo de apreensão da PF.
Nele, as listas achadas foram intituladas como ‘Lista Pagamento da Gráfica’, ‘Lista dos Candidatos PSD’ e ‘Lista dos Candidatos PP’.
Além disso, foram encontradas duas intimações de cobrança de notas promissórias do 4º Serviço Notarial de Cuiabá, em nome do senador e presidente estadual do PSD, Carlos Fávaro.
Procurados, o PSD, PP e senador Fávaro afirmaram que não têm conhecimento sobre os documentos apreendidos e não irão se manifestar sobre o caso.
Depoimento na PCE
Desde sua prisão, Borgato foi encaminhado para uma cela especial dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE).
Na tarde de segunda-feira (02), o delegado Adair Gregório, responsável pelas investigações na Bahia, foi até a unidade prisional para colher depoimento do ex-gestor sobre o esquema.
No entanto, a informação é que ele permaneceu em silêncio durante todo questionamento.
O esquema
Borgato é apontado como parte do primeiro escalão da organização criminosa para tráfico de cocaína do Brasil a Portugal. Chamado de “Índio” dentro da quadrilha, atuava ao lado do lobista Rowles Guimarães e da doleira Nelma Kodama, também tidos como chefes do esquema.
Ele teria participado, segundo as investigações, de pelo menos seis remessas de drogas à Europa.
Borgato tinha a intenção de se candidatar a deputado federal nas eleições deste ano, pelo PSD, mas com a operação, os planos foram por água abaixo.
Operação Descobrimento
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A quadrilha começou a ser investigada em fevereiro do ano passado, quando a Polícia Federal apreendeu mais de 500 kg de cocaína na aeronave de uma empresa privada de aviação em que Rowles Magalhães é sócio. O avião estava no Aeroporto Internacional de Salvador (BA) e tinha como destino a Europa.
Todos os alvos devem responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas, evasão de divisas e formação de quadrilha.
