A confeiteira umbandista Talita Batista acusou a produção do ‘Bake Off Brasil’ de manipulação e intolerância religiosa, após ser impedida de batizar os bolos preparados por ela com homenagens às divindades da sua religião. A ex-participante do reality gastronômico afirma ainda que, na mesma edição, um dos competidores foi autorizado a chamar sua arte de ‘Bolo de Nossa Senhora de Nazaré’.
“Quando me inscrevi no programa, eu estava ali para participar e ser julgada, independe do resultado. E ao contrário de alguns colegas que confrontaram a produção, eu aceitei as críticas. Eu confesso que isso não foi fácil para mim, mas estava ali para participar de uma seleção e dando o meu melhor para vencer a disputa seguindo as regras do jogo”, desabafou Talita.
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“Quando falaram da minha religião e quando eu comecei a querer apresentar os temas dentro daquilo que eu achava que seria legal, eles começaram a me barrar. No caso do ‘Bolo da Pombagira’, eles me fizeram mudar o nome pra ‘Moça’”, contou a confeiteira.
Na edição citada por Talita, ela lembra que teve uma desavença com a participante Thaís Macêdo. A discussão entre as duas teve repercussão na internet, mas ficou sem sentido no ar. Um ano depois, Talita explica o que de fato ocorreu. “Na edição feita, parecia que eu estava atacando a Thaís, mas, na verdade, eu estava reagindo à uma ofensa motivada pela religião que sigo. Não passou isso”, explicou.
Relator da CPI da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), o deputado Átila Nunes vai pedir ao dono do SBT, o apresentador Silvio Santos, para intervir na produção do programa. “Meu pai foi amigo e contemporâneo do grande comandante do SBT, o comunicador mais querido do Brasil: Sílvio Santos, que jamais permitiu que entrasse na grade programas religiosos, mantendo a postura laica da emissora. É fundamental que esse grave incidente no Bake Off Brasil chegue ao conhecimento dele. Vou contactá-lo em nome de todos que defendem o respeito às religiões, ao mesmo tempo em que nos solidarizamos com a Talita, que teve a coragem de se orgulhar publicamente de sua fé. Se o programa tivesse sido produzido no Rio, Talita poderia dirigir-se à Decradi (delegacia especializada em crimes de intolerância religiosa) e denunciar a produção do reality”, afirmou o parlamentar.