A produção de uma horta escolar como incubadora para desenvolver atividades didático-pedagógicas foi adotada como projeto pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), realizado na Escola Técnica Estadual (ETE) de Sinop (a 500 km de Cuiabá). A iniciativa foi concretizada por meio de parcerias, sem gastos públicos.
A horta foi criada em fevereiro deste ano, envolvendo alunos e servidores da escola, para a realização de aulas práticas do curso de aperfeiçoamento de Hortas Agroecológicas. Idealizada pela professora de Biologia, Luziane de Abreu Nachban e a coordenadora da ETE, Maria Luiza Troian, a iniciativa conta com o apoio do grupo GAIA (Rede de Cooperação para sustentabilidade) e do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem).
Segundo a professora Luziane, a ideia é estimular o ensino sobre a produção sustentável e saudável de alimentos, sem o uso de agrotóxicos e adubos químicos. E ainda promover uma discussão sobre horticultura e as possibilidades de produção em locais urbanos, incluindo pequenos espaços.
“Usamos apenas adubos orgânicos e realizamos o controle de pragas com produtos caseiros e naturais. Além de orientar aos participantes quanto à produção de pequenas hortas, que podem ser construídas em sacadas, varandas, potes, vasos, entre outros, deste modo o aluno pode replicar em casa”, explicou.
O espaço funcionará como uma incubadora de produção agroecológica, para a realização de atividades dos alunos de diversos cursos de Qualificação Profissional e Técnicos, além de oficinas e visitas técnicas, possibilitando a troca de experiências e construção de conhecimentos.
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De acordo com a coordenadora da ETE, Maria Luiza, muitas pessoas buscavam conhecimento no segmento de produção de hortas agroecológicas, sem uso de agrotóxicos, o que se evidenciou neste período de pandemia da Covid-19 em que as pessoas querem consumir mais alimentos saudáveis. A ideia vai além de ensinar o cultivo e estimular o consumo de hortaliças, pois a produção pode ser uma fonte de renda, por meio das vendas destes produtos.
“Por conta da pandemia, mais pessoas querem adotar o cultivo de plantas e hortas caseiras, como forma de ter uma ocupação e ainda poder aumentar a renda. Além disso, fomenta o consumo de alimentos saudáveis e torna o ambiente doméstico mais bonito e com um ar mais puro. Assim os lares se tornaram extensão do campo e a natureza começa a dar vida em nossos quintais”, disse ela.
A diretora da unidade, Ivanir Latanzi de Oliveira, explica que a ação se concretizou após a escola receber o aporte financeiro necessário por meio de uma parceria com a Organização não Governamental (ONG), Fundo Socioambiental CASA.
“Atuamos em busca de manter nossas atividades e criar novos projetos sem onerar os cofres públicos, como neste caso, em que cultivamos a horta sem recursos do governo, com o propósito de fortalecer a produção de alimentos, visando gerar renda e construir um importante espaço de aprendizado para os cursos de qualificação profissional”, falou.
Além disso, o projeto vai de encontro às determinações da Lei Estadual nº 10.824/19 sancionada pelo governador Mauro Mendes, que dispõe a Política Estadual de Apoio à Agricultura Urbana em Mato Grosso. O principal objetivo é desenvolver uma política de segurança alimentar e nutricional da população, com o fomento a Agricultura Urbana, por meio de cultivo de hortaliças, plantas medicinais, frutíferas e flores, além da piscicultura e a produção artesanal de alimentos e bebidas.
Segundo as idealizadoras do projeto, quando a horta começar a produzir em grandes quantidades, os produtos deverão ser doados a entidades carentes.