Os presidentes da Federação Paulista de Futebol (FPF) e de Corinthians, Palmeiras e São Paulo se reuniram nesta quinta-feira (11) pela manhã com o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, para entregar o protocolo de retomada gradual de treinos. O documento será encaminhado para análise da vigilância sanitária. Em videoconferência realizada na quarta-feira (10), a FPF e os 16 clubes que integram a primeira divisão (Série A1) do Campeonato Paulista definiram a próxima segunda-feira (15) para retorno conjunto às atividades, paralisadas devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Segundo comunicado divulgado pela federação, as outras 13 equipes que disputam o torneio também se reunirão com as prefeituras das respectivas cidades. Apesar do protocolo elaborado pela comissão médica da FPF e médicos dos clubes indicar data para volta aos treinos, é necessário ter o aval das autoridades de saúde municipais e do governo paulista. O Santos, por exemplo, teve uma primeira conversa com a prefeitura local, que, agora, “aguarda a formalização de uma proposta do clube para a retomada de suas atividades de acordo com os protocolos de segurança e higiene”.
Entre as equipes da Série A1, apenas o Red Bull Bragantino tinha reiniciado os treinos, alegando ter sido liberado pela prefeitura de Bragança Paulista (SP) e afirmando que seguiu “todas as recomendações das organizações governamentais e de saúde” e apresentou um “protocolo completo” ao poder público A retomada antecipada não agradou aos demais times. Conforme a nota da FPF, após a videoconferência de quarta-feira, o clube concordou em paralisar os trabalhos e retornar em conjunto com as demais agremiações.
O estado de São Paulo está desde 24 de março em quarentena. Na quarta-feira (10), o período foi prolongado até o próximo dia 28 de junho. Desde o início do mês, o Governo colocou em prática um protocolo gradual e regionalizado para reabertura de atividades em cinco fases. Quanto mais avançada a etapa, maior a flexibilização autorizada. O estágio de cada área é atualizado a cada 14 dias.
A maior parte do Estado se encontra na segunda fase, que permite a reabertura de concessionárias, escritórios, comércio e shoppings, com restrições. A região de Ribeirão Preto (SP), que também estava nesse estágio há duas semanas, teve piora nos indicadores de casos confirmados da covid-19 e óbitos e foi reclassificada à fase um, que libera apenas o funcionamento de serviços essenciais. O retrocesso da região pode interferir, por exemplo, no planejamento para retomada das atividades no Botafogo de Ribeirão Preto.
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O protocolo médico desenvolvido por clubes e FPF estabelece medidas como higienização e desinfecção dos locais de treinamento, realização de testes em todos os envolvidos antes das atividades começarem e a cada mudança de fase e uso obrigatório de máscara (exceto aos atletas em atividade física). O documento ainda prevê o reinício dos treinos com trabalhos individuais e ao ar livre, que os profissionais tenham equipamentos de hidratação individuais e adotem uma rotina “casa-treino-casa”, mantendo isolamento social.
Em nota divulgada após a reunião do último dia 5, a Federação defendeu que as orientações indicadas no protocolo de retomada dos treinos são mais rigorosas que as previstas para liberação de atividades (como shoppings) durante a flexibilização da quarentena paulista. No mesmo dia, o governador João Doria disse que não havia previsão para a volta do futebol e demais esportes – a reabertura de academias, por exemplo, conforme o plano de retomada da economia em São Paulo, está previsto só na quarta e penúltima etapa.
O Campeonato Paulista está suspenso desde 16 de março, quando o Guarani venceu a Ponte Preta por 3 a 2 em Campinas (SP) – partida disputada já com portões fechados, como inicialmente ocorrerá quando a competição for reiniciada. O torneio foi paralisado na 10ª rodada, restando duas para o término da primeira fase. A FPF tem defendido que a competição seja finalizada “em campo”. Segundo o protocolo do Governo, o retorno de eventos esportivos só seria liberado na quinta e última etapa do processo de flexibilização.
Edição: Verônica Dalcanal