Em resposta aos questionamentos sobre supostas ligações entre políticos de Mato Grosso e organizações criminosas, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (UB), saiu em defesa dos colegas que aparecem em fotos com supostos membros de facções criminosas. Para Botelho, é irreal que um político saiba, em situações cotidianas, quem é ou não membro de uma organização criminosa.
“Qual político, no dia a dia, vai saber que alguém é de facção? Se você está num bairro, tirando foto com as pessoas, como saber que alguém é criminoso? A polícia é que tem a responsabilidade de identificar quem está envolvido com facções, não o político”, explicou. “A gente não tem bola de cristal e a polícia não passa essas informações”, falou à imprensa nesta quarta-feira (13).
Segundo o presidente da AL, também não cabe aos deputados investigar as denúncias. Durante entrevista, Botelho cobrou do prefeito eleito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), “provas substanciais” para embasar suas acusações.
“Quem tem que investigar isso é a polícia e, segundo o governador me falou ontem, a polícia está investigando. Inclusive, ele pediu para o Abílio apresentar as provas, porque a polícia já está à disposição para investigar. Quem tem essa denúncia que o faça”, argumentou Botelho.
BATATA QUENTE
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As declarações de Botelho acontecem em meio à polêmica levantada pelo prefeito eleito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), que, na semana passada, afirmou que o crime organizado estaria comprando votos de vereadores para manipular a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá para o próximo biênio. A acusação gerou indignação entre alguns vereadores, como Demilson Nogueira (PP), que rebateu dizendo que a denúncia ganhou destaque por ser relacionada à “Casa de Horrores”.
O vereador alfinetou a ALMT, alegando que a casa ficou “quietinha” quando o deputado estadual Wilson Santos (PSD) fez uma denúncia semelhante, em maio de 2023, afirmando que o crime organizado teria influenciado a eleição de deputados e assumido o comando das periferias, especialmente em Cuiabá.