A conveniência de um posto de combustíveis no bairro Cidade Alta, em Aripuanã (1.002 km de Cuiabá), foi palco de um assassinato a tiros na noite deste sábado (28). A vítima é José Esponton, de 46 anos, conhecido pelo apelido de “Zé Gavião” e também por ser “temido” na cidade, além de ser apontado como líder de um garimpo. Duas mulheres que estavam no local, de 42 e 43 anos, também foram atingidas pelos tiros, mas sobreviveram.
Há relatos de que “Zé Gavião” seria ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e pai de um candidato a vereador no município de Aripuanã. Também circulam mensagens em grupos de WhatsApp atribuídos a integrantes da facção Comando Vermelho (CV), assumindo a autoria do assassinato e mandando um recado à prefeita de Aripuanã, Seluir Peixer Reghin (União Brasil), que é candidata à reeleição.
Uma das mensagens pede que a prefeita faça alguma coisa para impedir a candidatura do filho de “Zé Gavião”, pois ela teria ciência de que “eles são responsáveis por 90% das mortes em Aripuanã”.
A publicação ainda intimida a gestora dizendo ter uma carta na manga, que seria “prova” sobre empreendimentos da prefeita junto a empresários de São Paulo. “Essa ideologia não não vai ser implantada na tora aqui no MT. A partir dessa data 28/09/2024 Aripuanã é do Comando Vermelho”, diz o comunicado, ao acrescentar que a venda de drogas será controlada pelo CV.
Na plataforma DivulgaCad, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é possível constatar que existe um candidato a vereador com o sobrenome Esponton, que se apresenta como empresário e disputa filiado ao PRD. No entanto, FOLHAMAX não conseguiu confirmar, se ele, de fato, é o filho de “Zé Gavião”, que os faccionados do CV querem impedir de disputar uma vaga de vereador.
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CRIME GRAVADO
Uma câmera de segurança do posto de combustível gravou o assassinato. As imagens mostram o momento exato em que o assassino chega na garupa de uma motocicleta, desce e abre fogo contra o alvo que estava sentado numa cadeira juntamente com outras pessoas.
Pela gravação, é possível observar o corre-corre e desespero causados pelos tiros. José estava sentado atrás de uma caminhonete estacionada na rua. O assassino aproveitou para chegar por trás do veículo parado e começou atirar. Pessoas que estavam em outra mesa ao lado também correram desesperadas, inclusive um homem com um menino.
Após o ataque, no Posto Idaza, na Avenida 2 de Dezembro, a Polícia Militar foi chamada para atender a ocorrência. No local, os policiais encontraram “Zé Gavião”, baleado e caído no chão. Amigos dele prestaram os primeiros socorros e levaram o baleado dentro de uma caminhonete até o Hospital Municipal de Aripuanã. Porém, ele não resistiu e teve a morte confirmada na unidade de saúde.
A Polícia Civil foi acionada para investigar o assassinato e deverá apurar também a origem e veracidade das mensagens atribuídas a faccionados do Comando Vermelho assumindo a autoria do crime, bem como o “recado” direciondo à prefeita.
As imagens do ataque deverão ser utilizadas para tentar identificar o assassino e o comparsa, embora eles tenham ficado o tempo todo com os capacetes nas cabeças, impedindo a filmagens dos rostos de ambos.