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Caminhoneiro que perdeu a família em chacina grava vídeo 9 meses após o crime; veja

O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, que perdeu a esposa e três filhas assassinadas em Sorriso (387 km de Cuiabá), gravou um vídeo no parque do município, onde costumava levar as crianças para brincar. Com a voz embargada, ele relembra o que aconteceu.

“Hoje completa exatamente nove meses que eu perdi minha família, num dos crimes mais bárbaros deste país, onde tive minha esposa e minhas três filhas assassinadas e estupradas por um marginal, um delinquente”, conta.

Apesar da tristeza e revolta, ele afirma no vídeo que estar no parque é uma forma de matar um pouco a saudade da sua família. “A gente sempre vinha aqui brincar, andar, passear, era aqui pertinho de casa, elas corriam neste parque”, lembra.

No vídeo, ele também clama pela condenação do assassino e pede para que isso não aconteça com outras famílias, especialmente em Sorriso, município onde mora. “Sorriso é a capital do agronegócio, mas está se tornando a capital do crime também, a capital da violência. As autoridades não fazem nada, vão esperar acontecer outro crime bárbaro para então agir. Pelo amor de Deus”, lamenta Regivaldo.

“Só a gente sabe o que está passando, o que a família está passando, todos, tanto da minha parte como da parte da minha sogra, o que elas estão sentindo também: a revolta, a dor, a saudade”, finaliza.

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 VEJA O VÍDEO

O CRIME

A esposa e as filhas de Regivaldo, Cleci (46 anos), Meliani (19 anos), Manuela (13 anos) e Melissa Calvi Cardoso (10 anos), foram assassinadas em 27 de novembro, quando Gilberto dos Anjos, que trabalhava em uma construção próxima, invadiu a residência da família em Sorriso (387 km de Cuiabá). De acordo com investigações, sua intenção inicial era estuprar Cleci, seguindo o mesmo padrão de outra vítima do agressor, que sobreviveu em Lucas do Rio Verde.

Três das vítimas foram encontradas degoladas e com sinais de abuso sexual, enquanto a criança foi morta por asfixia após testemunhar o crime.

A autoria do crime foi identificada na segunda-feira, dois dias após as mortes, quando Regivaldo Batista Cardoso, marido de Cleci e pai das outras vítimas, desconfiou do desaparecimento da família. Regivaldo, que é caminhoneiro, não estava na cidade no momento dos acontecimentos.

Gilberto dos Anjos está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá.

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