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Relatório aponta que vereador comprou itens de grife e recebeu dinheiro do CV em conta de sindicato

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Relatório das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) detalha a suposta participação do vereador de Cuiabá Paulo Henrique no esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho. Investigação aponta indícios de colaboração com faccionados, contratação de funcionários ‘fantasmas’, recebimento de propina e desvio de dinheiro do Sindicato dos Agentes de Regulação e Fiscalização do Município de Cuiabá (Sindraf). 

Com relação aos recursos da entidade sindical, Ficco menciona episódio em que Paulo Henrique usou R$ 5,9 mil das contas do Sindraf para adquirir itens de grife na loja ‘Troca de Luxo’. 

“A compra, efetuada com recursos do SINDARF, sugere que o vereador se utiliza das contas bancárias do sindicato para realizar transações pessoais sem que possa identificá-lo como responsável”, diz trecho do relatório. 

Investigações também apontam transações entre empresa de Willian Aparecido, o Willian ‘Gordão’, do Comando Vermelho, em benefício do Sindraf como a doação de telhas no valor de R$ 10,4 mil e movimentações mensais que somaram R$ 67,9 mil em 2021.

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A esposa do sobrinho de Paulo Henrique, conforme relatório, também teria recebido recursos do Dallas Bar, adquirido pelo CV para lavar dinheiro do tráfico. Depois, o próprio vereador passou a fazer transferências para a mulher de forma sistemática e em valores semelhantes. 

Outras empresas ligadas a Willian, como a Expresso Lava Car e Complexo Beira Rio Eventos, totalizando R$ 15 mil também fizeram movimentações ao parlamentar. Ainda foi dentificado depósito de R$ 2 mil proveniente da conveniência Dom Carmindo, registrada em nome de Kamilla Beretta, apontada como outra integrante da organização.

Em anotações encontradas nos pertences de Gordão, também foi encontrada planilha em que consta pagamento de R$ 20 mil à pessoa indicada como “vereador” que, pelo contexto dos fatos, as autoridades acreditam se tratar de Paulo Henrique. 

Em contrapartida, são mencionados ‘favores’ prestados pelo parlamentar a Rodrigo Leal, seu assessor e homem de confiança de Willian Gordão, responsável pela realização de eventos financiados pelo Comando Vermelho. 

Segundo o relatório, a conduta de Paulo Henrique também indica a prática de ocultação de bens já que, por exemplo, os carros utilizados por ele são registrados em nome de parentes. As autoridades observaram, inclusive, que o vereador utiliza um carro popular para se direcionar às sessões da Câmara, mas quando chega à sua casa, num dos bairros nobres de Cuiabá, o Jardim das Américas, Paulo Henrique faz a troca do veículo e faz uso de um SUV, modelo Jeep Compass. 

O carro foi apreendido pelos policiais do Ficco na quarta-feira (5), durante o cumprimento dos mandatos da ‘Operação Ragnatela’. O vereador nega ter participação na esquema e diz que está ‘tranquilo’ para colaborar com a Justiça.

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