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Moro responde a Bolsonaro e diz que não pediu indicação ao STF e mostra troca de mensagens com Bolsonaro

Presidente afirmou em pronunciamento que ex-ministro disse que aceitaria demissão de diretor-geral da PF em troca de vaga no Supremo

Moro anunciou na manhã desta sexta-feira sua demissão do Ministério da Justiça

O ex-ministro Sérgio Moro usou uma de suas redes sociais para negar que tenha usado uma possível indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal) como moeda de troca para demitir Maurício Valeixo do comando da Polícia Federal.

A acusação de que o ex-ministro fez essa barganha foi feita pelo presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento na tarde desta sexta-feira (24) após a demissão de Moro.

“A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF”, escreveu Moro no twitter.

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A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF.

O ex-ministro também rebateu a condição em que ocorreu a demissão de Maurício Valeixo, afirmando que ele “estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído.”

E frisou que “ontem,não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado”, reafirmando o que disse em  sua despedida, de que não havia assinado a exoneração de Valeixo e que soube da decisão pelo DOU (Diário Oficial da União).

De fato,o Diretor da PF Maurício Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituído.Mas,ontem,não houve qualquer pedido 

 de demissão,nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado.

Bolsonaro sobre troca na PF: ‘Quem manda sou eu’

Moro disse que entendeu a exoneração como uma decisão “não apropriada” e uma interferência política do presidente na Polícia Federal. Para ele, o cargo de diretor-geral da PF “é o ápice da carreira de um delegado” e Valeixo não sairia voluntariamente, mas por pressão.

“Sinto que tenho dever de proteger a Polícia Federal e por todos esses motivos busquei uma solução alternativa para evitar uma crise política durante a pandemia, mas entendi que não posso deixar de lado meu compromisso com o Estado de Direito”.

Moro disse ainda que entendeu a decisão do presidente Jair Bolsonaro como um sinal de que não o quer no cargo após os últimos acontecimentos. “O presidente me quer fora do cargo, porque essa precipitação na realização da exoneração não tem muito sentido”, afirmou em coletiva de imprensa.

Ao falar que não tinha como aceitar a mudança na PF e que só lhe restava deixar o ministério, Moro lembrou que deixou para trás 22 anos de magistratura para assumir o cargo de ministro, mas que “sabia dos riscos” e que agora iria descansar. “Independentemente de onde eu esteja, vou estar à disposição do país”, disse o ex-ministro, que foi aplaudido e se mostrou emocionado ao deixar a coletiva.

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