Essa é a primeira turma de pós-graduação voltada a equipes interdisciplinares em saúde, que já conta com 45 alunos de 20 municípios e de 13 regiões de saúde de Mato Grosso.
São profissionais voltados para o atendimento ambulatorial, médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas e profissionais que trabalham na saúde do sistema prisional, além de outras áreas que integram a atenção à pessoa com hanseníase.
O curso tem o objetivo de tornar os profissionais da área da saúde especialistas em hanseníase para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS) e contribuírem para a redução da doença no estado.
A diretora da Escola de Saúde Pública, Silvia Tomaz, ressalta o ineditismo do projeto no Brasil, já que o curso é o único que visa à formação da equipe no cuidado integral e interdisciplinar em hanseníase. “Essa é a primeira pós-graduação do país com essa característica e traz subsídios aos profissionais que já atuavam na rede. É uma importante oportunidade de transformação dos processos de trabalho e a efetiva redução da carga da doença em Mato Grosso”, disse a gestora.
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A aula inaugural teve como tema a interprofissionalidade como elo importante para o diagnóstico e tratamento dos pacientes. “A hanseníase é um problema de saúde pública que precisa da intervenção do conjunto da equipe. Então, a gente organiza o trabalho em um formato de ações coletivas e ações individuais, além do trabalho de identificação de sinais possíveis e indicativos da hanseníase, em que se estima a possibilidade ou o risco”, explicou o professor Ricardo Ceccim.
O superintendente de Atenção à Saúde da SES, Diógenes Marcondes, frisa que a hanseníase foi negligenciada por muito tempo no Brasil, mas que o Estado sai na vanguarda ao realizar a especialização para médicos e demais profissionais de saúde. “Agora estamos lançando esse curso de especialização interprofissional, que é fundamental para que o cuidado ao paciente seja melhorado, como também a atenção à saúde, nos vários níveis de atuação. Isso nos permite dar um resultado mais efetivo à população, fazendo com que a atenção à hanseníase se espalhe pelo estado”, avaliou Diógenes.
O secretário adjunto de Unidades Especializadas da SES, Luiz Antonio Ferreira, enfatizou a importância do profissional capacitado para o atendimento, diagnóstico e enfrentamento da hanseníase no estado. “A Escola de Saúde Pública já está com a segunda turma de profissionais médicos e agora está com essa grande turma interprofissional, que vai enriquecer todo o interior. A intenção é que a gente consiga cobrir a maior área possível”, acrescentou o secretário.
Para Fabiana Santos, enfermeira e aluna do curso, que atua há cinco anos no sistema prisional de Juína (746 km de Cuiabá), esta é uma oportunidade de garantir o acesso à saúde de reeducandos e também de suas famílias, já que a cidade tem altos índices da doença.
“A nossa região é endêmica para hanseníase. Se eu me aperfeiçoasse seria importante, já que poucos profissionais identificam esse agravo; ele não é simples e é muito subjetivo, principalmente quando falamos do sistema penitenciário. Não estamos falando só dos reeducandos, estamos falando de uma família, então eles retornam para seus lares. A ideia é devolvê-los à sociedade com condições de saúde melhores e sem risco de contaminação,” conta a profissional.
Capacitações em hanseníase
O curso de Especialização Interprofissional em Atenção Integral às Pessoas com Hanseníase será ministrado de forma presencial e totalizará 392 horas. Durante a especialização, haverá a realização de seminários e a entrega do trabalho de conclusão de curso.
As atividades práticas serão realizadas e distribuídas entre as unidades de saúde que oferecem assistência em hanseníase.
Em formações anteriores voltadas para pós-graduação em hanseníase, a Escola de Saúde Pública destinou as capacitações aos profissionais médicos. Cerca de 36 médicos foram capacitados para atender as 16 Regiões de Saúde de Mato Grosso.
Fonte: Governo MT – MT