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“Maior desmatador” da Amazônia é acusado de usar “laranjas” para destruir 15 mil ha de parque

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Antônio José Junqueira Vilela Filho, o ‘AJ’, conhecido como ‘maior desmatador da Amazônia’, teria se valido de ‘laranjas’ para desmatar 15 mil hectares no Parque Cristalino II, segundo investigações do Ministério Público. Antônio chegou a ser preso em 2016 como líder de organização criminosa que movimentou cifra bilionária com o desmatamento ilegal e grilagem.

No âmbito da Justiça mato-grossense, a Sociedade Comercial Triângulo Ltda disputa a titularidade de terras onde se situa o Parque Cristalino II, unidade de conservação criada com o objetido de proteger o bioma amazônico em Mato Grosso, no perímetro do município de Novo Mundo (744 km de Cuiabá). A empresa, embora registrada nos nomes de Douglas Dalberto Naves e Karin Sabec Viana, seria originalmente do pai de Vilela Filho e teria ligação com a degradação ambiental patrocinada pela família. 

De acordo com o Ministério Público, em ações civis públicas ajuizadas em 2017, Vilela degradou 15 mil hectares na unidade, por meio das administradoras Triângulo e AJJ, em lotes de sua propriedade. O uso de laranjas foi identificado nas operações que o investigam. Eles eram usados para dar aparência de legitimidade às atividades de degradação do meio ambiente. O objetivo final era abertura de pasto para criação de gado, segundo o MP. 

“Após a consolidação da atividade agropecuária, o grupo registrava os terrenos no Sistema de Cadastro Ambiental Rural — CAR do Ministério do Melo Ambiente — MMA em nome de “laranjas”, que serviam como intermediários nos negócios fraudulentos, para dificultar o controle e fiscalização dos órgãos públicos. Essas áreas eram exploradas pelos próprios integrantes do grupo ou arrendadas para terceiros”, explica trecho de uma das ações.

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Foram constatadas ilegalidades na exploração de imóveis situados em Novo Mundo, próximo à divisa com o Pará. Somente em 2009, o empresário teria desmatado 79,6 hectares no Lote 2 do parque. Depois, foi constatada a degradação dos lotes 7 e 8, propriedade denominada fazenda Nhandu. Todos os imóveis estão dentro dos limites do parque. 

Vilela Filho é acusado ainda de, por diversas vezes e sem autorização legal, impedir e dificultar a regeneração natural da floresta, além de deixar de adotar medidas de precaução em casos de risco de dano ambiental grave e irreparável.

O prejuízo estimado pelo Ministério Público é de R$ 844 milhões referentes a 15 mil hectares degradados entre 2003 e 2016.

AGU APONTA CERTIDÕES FALSAS 

Em processo que discute a validade do Parque Cristalino II, a Advocacia Geral da União (AGU) acusou a Sociedade Comercial Triângulo Ltda de exercer posse sobre a área com base em certidões falsas. A AGU defende que a ação seja anulada em virtude do golpe que, em tese, induziu o judiciário ao erro. 

Em abril, o Tribunal de Justiça declarou a nulidade do decreto que instituiu o Cristalino II. A União ingressou no feito para defender a área e pediu a extinção do processo de autoria da Triângulo. À época da propositura da ação, em 2011, Antônio José Junqueira Vilela, pai de Vilela Filho, assinou procuração para os advogados, mas já não respondia mais pela empresa. 

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