A Comissão de Educação e Cultura (CE) realizou audiência pública nesta quinta-feira (22) para debater o dia 13 de março como o marco nacional comemorativo do rotaractiano. Para os debatedores, o reconhecimento através da homenagem vai promover maior conhecimento da sociedade sobre a repercussão do trabalho filantrópico realizado pelo Rotary Club.
A instituição da data e a audiência pública foram sugeridas pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), através do Projeto de Lei (PL) 207/2024, que tramita na CE. Os participantes da audiência explicaram que o Rotaract é uma escola de liderança “em que tudo se aprende na prática” e que ajuda a formar jovens adultos com consciência social, dedicados ao bem comum.
Rotaractiano, conforme a definição dos debatedores, é o jovem entre 18 e 30 anos, participante do chamado Rotaract, programa criado na década de 60, desenvolvido e patrocinado pelo Rotary Club International. Ele tem o objetivo de inserir os participantes em projetos sociais, onde, muitas vezes, o Estado não chega.
— Esses jovens dedicam seu tempo e habilidades para melhorar as suas comunidades. Criando soluções para problemas das mais diferentes ordens. Ao ter um dia dedicado a eles, reconhecemos não apenas suas contribuições mas também incentivamos outros jovens a se envolverem em atividades, serviços e lideranças, inspirando uma nova geração de agentes de mudança e promotores do bem estar social — afirmou Nelsinho Trad.
Para o advogado, sociólogo e ex-presidente da Rotaract Brasil nos anos de 2012 e 2013, Leandro Affonso Tomazi, o reconhecimento aos rotaractianos vai incentivar ainda mais a adesão de jovens aos projetos, ampliando a conscientização social social e propagação de princípios que os regem como a ética, a responsabilidade ambiental, e a propagação de valores de honestidade de dignidade.
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— É de conhecimento público toda a força que o Rotary tem para a promoção da paz, para a promoção de uma sociedade melhor em todos os locais que possuem seus núcleos de atuação (…) Foi criado justamente para ajudar nessa orientação profissional, social, nos faz rotarianos, homens e mulheres preparados e que estão ali a frente para tentar construir uma sociedade melhor por meio da filantropia, por meio de ações sociais.
Segundo os participantes da audiência, há mais de 10 mil Rotaract Clubs distribuídos em 184 países, com mais de 250 mil associados. O Brasil é o terceiro país no mundo com maior número de rotaractianos, com cerca de 10 mil membros, em 639 clubs, onde se reúnem, como destacou o advogado, jornalista e ex-representante distrital de Rotaract entre os anos de 2006 e 2007.
— Um programa de desenvolvimento de líderes, através de projetos através das reuniões, das capacitações, do desenvolvimento da capacidade de liderança, ter conscientização na sua comunidade e poder ajudar, onde muitas vezes o Estado não chega, onde muita vezes o estado nem sabe, através do dia a dia daquelas pessoas quais são as necessidades e os rotaractianos, portanto, eles acabam colocando os seus conhecimentos, a sua disposição e, principalmente, a sua capacidade de liderança, para atuar para a comunidade.
Serviço voluntário
O historiador Fernando Alves Almeida Manes e o vice-presidente da Associação Nacional dos Sociólogos e Sociólogas do Brasil (Anasobr) Mateus Rosa Tognella, que também foram rotaractianos, classificaram a experiência como uma verdadeira “escola de cidadania”. Para eles, “viver o Rotaract trouxe conhecimentos que nem mesmo a formação acadêmica pode proporcionar para os seus currículos”.
— O Rotary me deu uma visão de mundo e humanista que nem os bancos da academia me deram (…). Ao estimular nas pessoas a importância do serviço voluntário desde cedo, esses clubes ensinam missões que serão aplicadas durante toda a vida: satisfação de ajudar o próximo e a alegria de realizar um bom serviço na companhia dos amigos. Todos se beneficiam desse processo — reforçou Tognella.
Histórico
Nos anos 60, vários clubes Rotary começaram a incentivar grupos de universitários para o trabalho filantrópico, no âmbito de uma atividade denominada Avenida dos Serviços à Comunidade. Em face da importância dessa atividade, o conselho diretor e o presidente do Rotary Club International para o biênio 1967–1968, Luther Hodges, criaram o Rotaract, como um dos programas oficiais da instituição. O primeiro clube a ser admitido foi o de North Charlotte, na Carolina do Norte, EUA. Logo em seguida, a pratica começou a ser replicada em outros países.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado