Gazeta Digital
Inúmeros serviços estão sendo suspensos no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) em decorrência da falta de pagamento por parte do Gabinete Estadual de Intervenção (GEI). Até cirurgias neurológicas e ortopédicas estão se acumulando por falta de insumos indispensáveis nos procedimentos. Alimentação dos funcionários, limpeza do hospital, transporte de pacientes e até exames, como raio-X, foram afetados. Ministério Público Estadual e instituições representantes dos profissionais da saúde receberam denúncias e acompanham o caso.
Cestos de lixo comum e de resíduos hospitalares transbordando, chão sujo, banheiros com forte odor e refeitório tomado por restos de alimentos. Essa é a situação de diversos ambientes do HMC nos últimos dias, segundo relato de funcionários, devido à falta de pagamento da empresa terceirizada responsável pelo serviço de limpeza.
“A gente vê até moscas dentro do hospital, o que é inadmissível para um ambiente onde se lida com vidas expostas. Tem seringas, curativos, frascos de medicação já saindo para fora da caixa de descarte. É uma situação deplorável e que coloca pacientes e funcionários em risco”, conta uma profissional que trabalha no HMC e pediu para não ser identificada.
Ela relata que o atraso nos repasses por parte do GEI resultou na demissão de alguns profissionais de serviços gerais da empresa terceirizada. Por isso, a limpeza tem ocorrido de forma escalonada e por setores e não mais de forma geral e contínua.
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Exame simples, mas de extrema importância no hospital que atende pacientes com problemas ortopédicos, o raio-X deixou de ser realizado desde a última segunda-feira (18). “O motivo é o mesmo de todos os outros serviços afetados, o atraso nos vencimentos”, destaca a profissional que acrescenta que pacientes não podem nem mesmo ser levados para outra unidade para fazer o exame, já que as ambulâncias também estão funcionando apenas para ocorrências de urgência e emergência.
Outra funcionária relata que, desde junho, a alimentação dos trabalhadores mudou drasticamente. O motivo é que profissionais de nutrição, que são terceirizados, suspenderam a prestação de serviços. “A qualidade da comida caiu nitidamente. Antes tínhamos duas opções de carne e variedades de salada. Hoje, se tiver um de cada, temos que nos dar por satisfeitos”.