Quase 10 entre 10 brasileiros concorda que o planejamento financeiro é fundamental para manter equilíbrio econômico , mas apenas 63% dizem que praticam alguma forma de controle de suas finanças pessoais. O resultado de pesquisa instruída pelo Instituto Opinion Box, que ouviu 2.018 pessoas de todas as regiões, explica em parte a alta inadimplência do país.
Denominado Controle Financeiro no Brasil, o levantamento foi encomendado pela Serasa para compreender como os brasileiros enxergam o controle financeiro. O estudo avaliou os comportamentos associados aos pagamentos de contas e dívidas e como o consumidor se prepara, ou não, para arcar com essas responsabilidades.
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A pesquisa revelou que nos últimos 12 meses, 88% dos brasileiros passaram por alguma situação que pode ser explicada justamente pela falta de controle financeiro. Quatro em cada 10 brasileiros admitiram ter gasto mais do que pretendia em um mês e 24% inclusive se arrependeram das compras realizadas por impulso.
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“A pesquisa confirma que planejamento, controle e educação financeira devem ser associados diretamente à saúde e ao equilíbrio financeiro das pessoas e das famílias”, diz Patricia Camillo, Gerente da Serasa e especialista em finanças. “Quanto mais organizado financeiramente, menos o consumidor frequenta as planilhas de inadimplência”, complementa.
Entre os consumidores que disseram realizar algum tipo de controle sobre suas finanças, 57% afirmaram que o objetivo é “melhorar a gestão do seu próprio dinheiro”. Para 52% dos pesquisados, o controle das finanças é voltado para gerar uma “reserva de emergência”. E 49% revelaram que controlam e economizam dinheiro para “realizar um objetivo futuro”.
O cartão de crédito e o extrato da conta bancária são consideradas as duas principais formas de controle financeiro do brasileiro. Pelo menos 48% dos entrevistados disseram que usam a fatura do cartão como uma bússola de suas finanças pessoais e 47% afirmaram que têm noção de sua situação financeira porque acompanham o extrato bancário online. Chama a atenção que 33% ainda anotam as finanças no papel, mas 32% já usam planilhas digitais.
Como os brasileiros se organizam para pagar contas:
- 49% mantêm as contas com vencimentos em dias próximos;
- 44% optam por realizar o pagamento assim que recebe a fatura, não necessariamente vinculado ao dia de vencimento.
- Pix e cartão de crédito são os meios preferidos de pagamento: 69%
A cultura do parcelamento
Chama a atenção na pesquisa que 73% dos respondentes adotam o parcelamento como método de compra e pagamento, sendo que 23% o fazem apenas por costume e não por necessidade. A principal causa dessa cultura pode ser atribuída ao uso do cartão de crédito, pois 9 a cada 10 entrevistados utilizam esse meio de pagamento para conseguir realizar suas compras.
“O parcelamento já se incorporou à realidade dos brasileiros porque muitos enxergam nessa forma de pagamento uma possibilidade de aumentar o poder de compra, o que não é uma verdade”, explica Patrícia Camillo. “Quando não administrado, o parcelamento se transforma na famosa bola de neve que estende e amplia o endividamento”, adverte.
Segundo a pesquisa, 47% dos entrevistados definem o número de prestações de acordo com o seu orçamento, enquanto 41% se mostram mais preocupados com os juros embutidos no parcelamento. As principais preocupações referentes ao parcelamento de compras:
- Se há juros ou não para parcelamento: 41%
- Não gastar tanto dinheiro de uma vez: 32%
- Acreditam ser melhor diluir o valor no tempo: 30%
- Têm a sensação de que podem comprar mais: 30%
- Parcela gastos não planejados: 27%
- Não ter o valor total para pagamento à vista: 26%
- Costume de parcelar: 23%
Outros insights da pesquisa:
- 75% dos brasileiros já pediram um empréstimo em algum momento de sua vida, sendo que 66% recorreram ao empréstimo no último ano;
- A modalidade de empréstimo mais tomada no último ano é o empréstimo pessoal (53%), seguido por crédito consignado (29%) e cheque especial (24%);
- Os principais motivos para os empréstimos realizados no último ano são pagar as dívidas do cartão de crédito (22%) e pagar despesas inesperadas (17%).
Fonte: IG ECONOMIA