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73% das mortes nas grandes cidades estão ligadas aos maus hábitos

73% das mortes nas grandes cidades estão ligadas aos maus hábitos
Alex Christian – BBC Worklife

73% das mortes nas grandes cidades estão ligadas aos maus hábitos

Desde março de 2020, quando a pandemia estourou no Brasil, hospitais, clínicas médicas e profissionais da área de saúde observaram um aumento drástico de pacientes com ansiedade, estresse, e problemas psicológicos. Além de uma piora na alimentação, insônia e crises de burnout, ou seja, um esgotamento físico e mental causado pelo aumento da pressão no trabalho. As casas e apartamentos acabaram virando uma filial do escritório e das escolas no período de quarentena.

Uma pesquisa feita por dois médicos brasileiros e que se tornou um livro mostrou que 73% das mortes nas grandes cidades do país estão ligadas aos maus hábitos de vida. Principalmente a piora na alimentação, sedentarismo e insônia, três causas relacionadas ao período pós-pandêmico.

“Nesses últimos dois anos imersos no coronavírus observamos uma mudança significativa no comportamento das pessoas. Elas passaram a se alimentar mais de forma menos saudável, aumentou o consumo de bebida alcoólica, se tornaram sedentárias e passaram a conviver com a insônia. Vai ao contrário do que prega os três pilares da boa saúde: alimentação equilibrada, sono de qualidade, e atividade física regular”, explica Gilberto Ururahy, médico especializado em medicina preventiva e autor do livro “Saúde É Prevenção”.

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Ururahy, que também é fundador da Clínica MedRio Check-Up, se uniu ao médico Galileu Assis, especialista em Medicina do Estilo de Vida e membro do American College of Lifestyle Medicine, para a realização de uma pesquisa sobre o comportamento humano. Os dois ouviram e examinaram mais de 10 mil pessoas entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro semestre de 2022, os resultados foram publicados no livro “Saúde E Prevenção” publicado pela editora Rocco.

O estudo mostrou que 75% dos participantes apresentaram estar com sobrepeso, 70% estavam com colesterol alto, 20% estão obesos, enquanto 10% são diabéticos. 27% apresentam hipertensão arterial e 35% estão com o fígado infiltrado por gordura.

“Essas pessoas podem ter doenças crônicas severas como diabetes, obesidade, hipertensão arterial e até mesmo câncer. Se não forem tratadas, podem conduzir o indivíduo a ter um infarto agudo do miocárdio ou um acidente vascular cerebral, o que pode causar a morte”, diz Ururahy.

No âmbito emocional os resultados da pesquisa também não são favoráveis. O médico afirma que a saúde mental das pessoas pós Covid está “fragilizada”. 78% das pessoas convivem com níveis altíssimos de estresse, que induz a: ansiedade (12%), síndrome do pânico (8%), depressão (11%) e burnout (12%).

“O estresse é o grande impulsor do estilo de vida inadequado, pois ele gera hormônios como o cortisol, e os indivíduos com predisposição as ações dele tem baixa imunidade, ganham peso facilmente, além de ter resistência a ação da insulina e se tornam pré-diabéticos. Outro hormônio gerado pelo estresse é a adrenalina, que pode causar arritmias cardíacas, hipertensão arterial e outras alterações cardiovasculares”, afirma.

O médico ainda alerta para o aumento de casos de câncer e problemas cardiovasculares em jovens de 30 a 40 anos. Segundo ele, essa faixa etária entrou em um ciclo que precisa urgentemente ser interrompido.

“Para estarem em ação no dia a dia precisam tomar uma garrafa de café, precisam de açucar para gerar energia. O álcool é usado para minimizar o estresse gerado pela pandemia e o indivíduo cheio de adrenalina no sangue não dorme um sono repousante”. Para encerrar o ciclo e ter uma mudança no comportamento e estilo de vida é preciso começar por uma alimentação boa, equilibrada e saudável, ingerir as calorias necessárias para a manutenção do cotidiano para não ganhar peso. Praticar exercícios físicos para gastar essa energia, se sentir cansado na hora certa e deitar a noite para ter um sono reconfortante e repousante para no dia seguinte estar em forma, sem estresse e começar novamente o cotidiano.

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Fonte: IG SAÚDE

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