Na última semana, a imprensa noticiou o caso de um homem que procurou a Unidade de Pronto-Atendimento do Campo Limpo (zona sul de São Paulo) após uma tentativa frustrada de operar seu próprio nariz em casa vendo vídeos no YouTube.
Casos de procedimentos amadores malsucedidos são extremamente comuns, muitas vezes mutilantes e, até mesmo, fatais. Para escrever o livro “Complicações em cosmiatria”, me debrucei sobre esse tema e o resultado dessa pesquisa foi preocupante. Existe uma epidemia silenciosa de vítimas de procedimentos estéticos feitos por pessoas não treinadas e em ambiente sem a higiene que esses procedimentos exigem.
Os mais comuns em relação às complicações são os preenchimentos faciais ou corporais com produtos definitivos como silicones, óleos ou PMMA (polimetilmetacrilato), que é um preenchedor definitivo e em desuso pela comunidade médica. Peelings caseiros estão em segundo lugar e muitos deles, inclusive, são vendidos na internet com a promessa de que são eficazes e seguros.
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Necroses, deformidades, infecções, cicatrizes, rejeições e manchas definitivas são algumas das muitas sequelas que essa prática pode gerar. Por mais treinados que estejamos no manejo de complicações, existe um limite até onde podemos chegar e é comum que o paciente precise conviver eternamente com algum efeito adverso.
É importante frisar que o amadorismo não está restrito ao local onde esses procedimentos são realizados. Amadores e arriscados são também aqueles procedimentos estéticos em que há promessa de resultados milagrosos, rápidos ou extremamente baratos, independentemente de quem os realiza, ou então técnicas autorais inovadoras. Essa pessoa pode ser alguém que os realiza em casa ou até mesmo ser aquele famoso nas redes sociais e, entretanto, sem a formação adequada.
Fonte: IG SAÚDE