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PMs acusados de espancarem jovem com câncer já responderam processos por homicídio

G5 News

Os policiais militares Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior, denunciados pelo Ministério Público à Justiça sob acusação de espancar e causar a de Chris Wallace da Silva, 24 anos, que era vítima de um câncer nos ossos, em Goiânia, possuem antecedentes criminais por homicídios e lesões corporais.

O documento foi emitido pela Justiça e faz parte do processo que investiga a morte de Chris. A maioria dos processos já foi arquivado.

Segundo a ficha criminal, Bruno Rafael possui outros dois registros de acusação de homicídio, com intervalo de dois dias, além de abuso de autoridade por lesão corporal. Dois dos processos foram arquivados por “não constituir crime” e um deles segue em fase pré-processual.

Wilson Luiz também possui dois casos de homicídios e um por lesão corporal. Os casos que envolvem morte foram arquivados pela Justiça. O outro ainda está na fase inicial do inquérito.

O advogado de defesa dos policiais, Danilo Vasconcelos, disse que a abertura de procedimento interno é obrigatória em caso de troca de tiros durante ação. No entanto, não foi identificada ilegalidade e as investigações foram arquivadas porque foi constatada legítima defesa.

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O G5 News entrou em contato com a Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO) para saber o posicionamento da corporação e aguarda retorno.

Denúncia

Os policiais militares foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) na terça-feira (7), por homicídio qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Na denúncia, os promotores Geibson Rezende, Sebastião Marcos Martins, Felipe Oltramari, Luís Antônio Ribeiro Júnior e Sávio Fraga e Greco, pediram ainda a prisão preventiva dos militares.

Segundo eles, a prisão seria necessária para a “garantia da ordem pública”, uma vez que há uma testemunha que reconheceu os denunciados. Além disso, argumentam que se trata de um crime hediondo, com requintes de crueldade cometido de forma fria e violenta.

A Polícia Civil, ao indiciar os investigados, já havia se manifestado a favor da prisão preventiva. Segundo o delegado Ernane Cézar, o policial Bruno Rafael chegou a ter contato com a irmã da vítima, o que poderia prejudicar o andamento das investigações.

Chris Wallace da Silva, de 24 anos, saiu de casa na noite do dia 10 de novembro, na companhia de um amigo, e se dirigia até uma distribuidora de bebidas localizada na mesma rua em que o jovem morava, no Residencial Fidélis, em Goiânia.

Enquanto voltavam para casa, foram abordados por uma viatura da Polícia Militar (PM). Durante o espancamento, Chris teria dito que tinha câncer e estava com a saúde fragilizada, pedindo para que parassem com as agressões.

O amigo, que testemunhou o crime, disse que os policiais militares o agrediram com chutes, tapas e golpes de cassetete. Além disso, o teriam empurrado contra um muro de concreto chapiscado.

As agressões só pararam quando o jovem conseguiu fugir. A mãe de Chris contou, em depoimento à Polícia Civil, que ele chegou em casa e começou a ter crise convulsivas e a vomitar sangue. 

A vítima foi levada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde permaneceu internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por seis dias. Ele morreu no dia 16 de novembro. O laudo da perícia mostrou que a vítima teve traumatismo craniano grave causado por enpancamento.

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