O agente penitenciário Bruno Marques Teodoro processou o SBT e pediu uma indenização de R$ 450 mil por ter sido tema de uma reportagem do Primeiro Impacto, apresentado por Dudu Camargo, exibida em 6 de agosto de 2018. As cenas do programa mostraram o autor sendo baleado por uma travesti menor de idade na porta de um hotel no centro de São Paulo após cair no golpe do “boa noite Cinderela”.
Na ação, Teodoro diz que havia ido a um bar para espairecer, na madrugada de sábado para domingo. Ele teria pedido um drinque e começou a passar mal em poucos minutos. Foi quando decidiu sair do local, mas como estava com sua consciência comprometida, acabou abordado por duas pessoas que ofereceram ajuda para que ele pudesse se recompor.
No relato do advogado do carcereiro, ele foi conduzido até um hotel próximo ao bar para que pudesse se recompor. E foi neste momento que as duas pessoas que o acompanhavam tentaram tirar sua roupa, fato logo interrompido por ele. O grupo ficou exatos cinco minutos no quarto, e Teodoro se deu conta de que sua arma havia sido subtraída por uma das acompanhantes.
Mesmo sem estar totalmente sob o controle de seus movimentos, ele saiu correndo atrás da travesti, depois identificada como menor de idade, e conseguiu retomar o revólver. Mas durante a perseguição, acabou levando três tiros. A reportagem do SBT mostra um dos momentos em que Bruno é baleado, cai no chão e se levanta para seguir correndo atrás da criminosa.
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O agente penitenciário diz na ação que teve sua imagem retratada de maneira deturpada e que o SBT teria insinuado um envolvimento dele com a travesti que o assaltou. Além disso, alegou ter sofrido diversos danos morais após a imagem de seu R.G. ser exposta na reportagem, o que teria gerado abalos psicológicos e morais a ele e sua família.
Além da indenização de R$ 450 mil, pediu também que fosse aplicada uma multa de R$ 1 mil por dia caso o vídeo da reportagem não fosse eliminado da internet.
O caso foi julgado no início de novembro, e no despacho do juiz Fernando José Cúnico, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o agente penitenciário não teve nenhum dos pedidos atendidos e ainda terá que pagar R$ 45 mil das custas processuais.
No entendimento do magistrado, não houve nenhuma informação retratada de maneira deturpada, e que o Primeiro Impacto se limitou a dizer somente as informações fornecidas pela polícia na ocasião, sem o acréscimo de informações mentirosas.
Assista a reportagem que motivou o processo: