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Projeto da Polícia Civil promove palestra sobre violência doméstica com homens que respondem a procedimentos policiais

Raquel Teixeira/Polícia Civil-MT

Um projeto da Polícia Civil de Mato Grosso começou a ser desenvolvido em Cuiabá para levar informações sobre a violência doméstica e familiar e esclarecimentos legais a homens que respondem a procedimentos instaurados pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher da Capital. Dos 27 homens notificados pela delegacia para comparecer à palestra como parte do procedimento policial, 14 deles se reuniram nesta quarta-feira (19) com a equipe de policiais da  Coordenadoria de Polícia Comunitária.

O projeto “Papo de homem para homem” foi originalmente criado na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Várzea Grande pelo delegado Cláudio Álvares e levou palestras preventivas ao público masculino em escolas, empresas e órgãos públicos trabalhando na base da educação dos jovens a importância de respeito às mulheres e a conscientização sobre os desgastes e o sofrimento perpetuados pela violência doméstica não só para a mulher, mas para toda a família.

A partir desse ano, o ‘Papo de homem para homem’ passou a integrar as atividades da Coordenadoria de Polícia Comunitária que engloba outras ações sociais e preventivas realizadas pela Polícia Civil com o público estudantil e também com comunidades. A intenção, conforme explica o delegado-geral adjunto, Gianmarco Pacola Capoani, é ampliar a gama de atividades preventivas levadas à população e contribuir para que informações qualitativas sobre todos os tipos de crimes e formas de preveni-los cheguem a mais pessoas.

Na abertura da palestra nesta quarta-feira, o delegado destacou ao público masculino presente a importância de encontrar alternativas para que o ciclo da violência doméstica seja quebrado, além do trabalho realizado pela Polícia Civil para conscientizar agressores sobre as consequências da violência no contexto infrafamiliar. “Nossa intenção ao ampliar o projeto é levar informação e esclarecimento sobre a legislação, fazê-los conhecer todos os aspectos legais e as consequências dos atos praticados, assim como se processa o ciclo da violência, as formas em que ela é praticada. A Delegacia de Polícia é a primeira porta do atendimento a vítimas e agressores e nosso papel é também esclarecer sobre os danos que repercutem em toda a família”, afirmou o delegado.

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O palestrante e investigador, Nilton César, esclareceu sobre a Lei Maria da Penha e a criação da legislação que ampara vítimas de violência doméstica e familiar, que homenageia a farmacêutica de Fortaleza, que durante anos lutou na justiça brasileira para que seu agressor fosse punido legalmente pelos crimes cometidos contra ela. Maria da Penha Fernandes ficou paraplégica após sofrer duas tentativas de homicídio em 1983 por parte de seu marido. Somente em 2002, 19 anos e seis meses após os fatos, é que o agressor foi condenado, cumprindo somente dois anos de prisão.

Nilton César pontuou ainda sobre os tipos de violência praticados, que são avaliados muitas vezes como atitudes corriqueiras e sem importância, mas que causam danos severos e podem terminar em consequências ainda mais graves. “A violência não é apenas a física. Ela se manifesta também psicologicamente, no patrimônio e sexualmente”, explicou.

Expansão nas regionais

O coordenador de Polícia Comunitária, investigador Gaspar Figueiredo, destaca que a intenção ao ampliar o projeto é atingir um público cada vez maior, com a intenção de também colaborar para que os índices de crimes de violência doméstica sejam gradativamente reduzidos e mostrar que a caldo cultural que vem de gerações, com valores estereotipados e comportamentos misóginos, estão na base da violência doméstica.

O projeto ‘Papo de Homem para homem’ também será desenvolvido nas regionais da Polícia Civil no interior do estado, com a capacitação de policiais civis para levar informações sobre violência doméstica e a legislação aplicada ao público das cidades atendidas pela iniciativa da Polícia Comunitária.

Fonte: PJC MT

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