A Operação Poço Sem Fundo, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) pela Polícia Civil, resultou no afastamento de servidores da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat). A ação faz parte de uma investigação que apura desvios de recursos públicos em contratos de perfuração de poços artesianos, com prejuízo estimado em R$ 22 milhões aos cofres do Estado.
Coordenada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), a operação cumpre 226 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, sequestro de bens, bloqueio de contas bancárias e suspensão de pagamentos às empresas investigadas. Os alvos são seis empresas e 24 pessoas físicas – entre elas, 16 servidores ou ex-servidores públicos e oito empresários.
As diligências ocorrem em Cuiabá, Várzea Grande e Tangará da Serra, com o envolvimento de 120 policiais civis de diferentes diretorias da Polícia Civil.
A investigação teve início após denúncia apresentada pelo Governo do Estado, com base em auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE). Os relatórios apontaram diversas irregularidades na execução de contratos firmados entre 2020 e 2023 para perfuração de poços destinados ao abastecimento de comunidades rurais.
Foram encontrados poços em áreas urbanas, garimpos, plantações e até dentro de granjas – todos em desacordo com os objetivos dos contratos. Em muitos casos, os poços não tinham estrutura adequada para armazenamento de água ou sequer foram localizados nos endereços indicados.
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A reportagem entrou em contato com a Metamat, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
A Justiça também determinou o bloqueio de bens, o recolhimento de passaportes, o afastamento das funções públicas e a proibição de contratação dos investigados com o Poder Público estadual.
A operação foi batizada de Poço Sem Fundo em referência ao desaparecimento de recursos públicos em contratos que deveriam atender comunidades carentes de água potável.
