Essa é uma daquelas histórias que a gente só acredita vendo e ao ver não acredita. Atletas da equipe profissional do Nova Mutum Esporte Clube que disputam o Campeonato Matogrossensse de Futebol procuraram a Polícia Civil na tarde desta terça-feira (21), para denunciar um assédio para manipularem jogos da competição, favorecendo assim criminosos que atuam neste mercado de forma ilegal.
Os jogadores assediados preferiram não se identificar por medo de represálias, alegando que na maioria das vezes quadrilhas de criminosos de alta periculosidade estão por trás desse tipo de crime.
Nossa reportagem teve acesso aos áudios enviados para um dos jogadores e é nítida a proposta do criminoso. “Fala meu jogador, ficamos sabendo que você tá aí jogando no Nova Mutum em Matogrosso, tô entrando em contato pra gente fazer uma situação aí, que dependendo da cotação sairia uns 7 a 10 mil reais pra cada. Se você tiver afim eu mando um representante meu aí pra fazer uma reuniãozinha com você e mais uns três pra não ficar muito na cara” diz o autor da proposta.
O técnico do time principal do Nova Mutum Esporte Clube, Marcelo Moreira disse à nossa reportagem que o fato abalou todo o elenco que inevitavelmente passa a desconfiar um do outro, mas que tem tido todo cuidado em preservar o espírito de competição do time que enfrente o Sport Sinop nó próximo sábado no estádio Valdir Doilho Wons.
O presidente do clube, Leomar Lauxen disse que os jogadores estão todos amparados e que o clube lamenta veementemente o caso e espera que a polícia possa identificar e punir os envolvidos no caso de tentativa de manipulação de resultados o mais rápido possível.
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O delegado Dr. Edmundo Félix, titular da delegacia municipal falou com a nossa reportagem por telefone e emitiu a seguinte nota: ” Cuida-se de comunicação de fato do jogador do clube de futebol de Nova Mutum, recentemente contratado no dia 15 de dezembro de 2024.
Na data de 21/01/2025, o jogador foi acionado por um indivíduo de um numeral que o jogador desconhece propondo vantagens patrimoniais em torno de R$ 7.000,00 a R$ 10.000,00 para manipular o resultado dos jogos.
Tal conduta é crime previsto na Lei Geral do Esporte no art. 199 que pune com reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos para àquele que dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. A Polícia Civil passa a investigar o fato buscando identificar o autor a partir das informações repassadas.”
O caso registrado nesta terça-feira (21) em Nova Mutum, acende o alerta para a atuação de criminosos nas divisões inferiores do futebol brasileiro, mas que são listadas nas casas de apostas.