Nesta quarta-feira (13), na segunda entrevista da campanha “Atitudes Vencem o Racismo”, concedida à Rádio CBN Cuiabá, a delegada titular da Delegacia Especializada da Mulher de Cuiabá, Judá Maali, informou que as mulheres negras são as que mais sofrem feminicídio. E que, na maioria dos casos, a violência doméstica e familiar vem acompanhada de atos racistas. Detalhe: nem sempre esses atos são identificados.
Para mudar esse cenário, consequência do racismo estrutural, a delegada afirmou que na Delegacia Especializada da Mulher de Cuiabá as equipes foram preparadas a usar a “lente racial” nos atendimentos. Xingamentos racistas efetuados pelo agressor contra as vítimas, que muitas vezes eram desconsiderados, passaram a ter uma atenção especial.
“Temos um programa dentro da delegacia e todas as sextas-feiras promovemos reflexões sobre diversos temas e o racismo é um deles. As equipes são orientadas a olhar para as pessoas, enxergar a sua cor e dar um tratamento diferenciado, considerando a sua história. Não podemos naturalizar a dor dos negros. O letramento racial é extremamente importante para que a nossa sociedade possa evoluir”, enfatizou a delegada.
Segundo ela, as vítimas não costumam procurar as delegacias para denunciar a prática de racismo. “Há uma baixa procura, acredito que as pessoas ainda tenham vergonha de denunciar”, observou. A delegada aproveitou o espaço para reforçar a importância de se levar ao conhecimento das autoridades a ocorrência de atos desta natureza por meio do Disque 100 do Governo Federal.
Durante a entrevista, a delegada fez um resgate histórico para explicar a origem do racismo estrutural e chamou a atenção sobre atitudes que ainda estão presentes nos dias atuais. Assista aqui a íntegra da entrevista.
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Fonte: Ministério Público MT – MT