As cinco testemunhas ouvidas durante audiência de instrução e julgamento sobre a morte do aspirante a bombeiro Lucas Veloso Peres, realizada nessa segunda-feira (11), relataram situações de exaustão e que o capitão bombeiro Daniel Alves Moura e Silva era temido e tinha fama de ‘louco’.
Lucas tinha 27 anos quando morreu durante um treinamento da corporação na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, em 27 de fevereiro deste ano. A audiência foi conduzida pelo juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Criminal da Justiça Militar.
O laudo de necropsia comprovou que Lucas morreu afogado. Dessa forma, O capitão bombeiro Daniel Alves Moura e Silva e o soldado Kayk Gomes dos Santos que ministravam o treinamento se tornaram réus no caso.
O primeiro a prestar depoimento foi um colega de Lucas. Ele afirmou que Daniel Alves tinha fama de ‘louco’ pela forma agressiva que agia com os aspirantes a bombeiros.
O rapaz relatou que antes de iniciar o curso, os veteranos chegaram a alertá-lo para tomar cuidado com o capitão, visto que ele submetia os alunos a situações extremas, chegando a exaustão física.
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Ainda na oitiva, o aluno falou que o capitão Daniel enxergava as reclamações de exaustão como ‘fraqueza’ e ‘frouxidão’.
“Ele [o capitão] não admitia frouxura e falava que não se importava de perder a farda por isso. Durante os treinamentos, alguns vomitavam e passavam mal”, o rapaz em depoimento, publicado pelo G1.
Os outros quatro depoentes relataram situações semelhantes de exaustão. Uma das testemunhas afirmou que Lucas chegou a pedir ajuda antes de se afogar. No entanto, ao invés de ser ajudado, foi ameaçado pelo Capitão Daniel. ”Se eu for até aí, vai ser pior”, teria dito o bombeiro.
Agora, a defesa dos réus têm cinco dias para se manifestar. A próxima audiência está prevista ser realizada no dia 19 de fevereiro de 2025, em que as testemunhas de defesa serão ouvidas e os réus serão interrogados.