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Moradora VG acusa delegado de tentativa de homicídio; autoridade policial nega

Uma moradora de Várzea Grande, que não terá a identidade divulgada, registrou um boletim de ocorrência de tentativa de homicídio contra o delegado Ruy Guilherme Peral da Silva. O caso aconteceu durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência da vítima, na manhã de quinta-feira (10).

No documento, a mulher narra que por volta das 6h40 escutou alguém batendo no portão de sua casa. Quando o marido dela foi abrir, foi atingido com um tiro à queima-roupa no rosto. Segundo a mulher, o esposo não esboçou qualquer reação, mas mesmo assim foi atingido.

Com o barulho do estampido, o cachorro da família se assustou e foi quando a mulher for advertida pelo delegado a não se aproximar senão seria a ‘próxima a morrer’, conforme o relato da mulher.

Depois do ocorrido, a mulher foi informada de que os policiais estavam no imóvel para cumprir mandados de busca e apreensão contra o marido dela em uma operação conjunta com a Polícia Civil de Santa Catarina. No entanto, segundo a mulher, as ordens judiciais só foram apresentadas após toda a situação.

Ela também afirma que somente a equipe catarinense ajudou a prestar socorro ao marido ferido. Dessa forma, a mulher afirma que Ruy Guilherme agiu com abuso de autoridade e pede providências como afastamento da autoridade policial, perícia do local, revogação do porte de arma, além de uma medida protetiva contra o delegado.

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VERSÃO DO DELEGADO

O delegado, por sua vez, também registrou um boletim de ocorrência sobre o fato. De acordo com Ruy Guilherme, as equipes estavam em diligências para cumprir mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Bittrack da Polícia Civil de Santa Catarina que apura furto eletrônico e lavagem de dinheiro cuja cifra passa dos R$ 600 mil.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, o delegado afirma ter visto o homem, que era alvo dos mandados, no portão da residência e com um objeto escuro na mão, aparentando ser uma arma de fogo. Por isso, efetuou o disparo, que atingiu o rosto do homem.

Quando o alvo foi baleado, o objeto que ele segurava caiu no chão e foi comprovado que se tratava de um aparelho celular. O delegado ainda justificou a ação ao dizer que o alvo é de alta periculosidade e integrante da facção criminosa Comando Vermelho.

Segundo ele, após os disparos, o baleado foi levado ao Hospital e Pronto-Socorro de Várzea Grande, onde passou por avaliação da equipe médica, que afirmou que ele não corria risco de morte.

Sendo assim, o homem pediu para dar continuidade no atendimento médico no Hospital Jardim Cuiabá. Lá, ele recebeu voz de prisão em flagrante na presença de um advogado constituído por ele.

Por fim, Ruy Guilherme afirmou que durante as diligências, as equipes encontraram R$ 125,814 mil na casa do acusado, sem comprovação de origem lícita. Além disso, tanto o baleado quanto sua empresa já foram alvos de outra operação da Polícia Civil, ocasião que foram apreendidos aproximadamente R$ 900 mil.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que um procedimento já foi aberto na Corregedoria-geral para apurar o caso.

“A Corregedoria-Geral da Polícia Civil foi acionada e está acompanhando a ocorrência. Cópias dos documentos confeccionados nos autos foram recebidos pela Corregedoria, que já instaurou um procedimento para completa apuração dos fatos”, traz trecho da nota.

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