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Vereador usava ‘testa de ferro’ e laranjas para ocultar patrimônio e movimentações financeiras

As investigações que levaram à prisão do vereador Paulo Henrique (MDB), de Cuiabá, nesta sexta-feira (20), demonstraram que ele usava um funcionário como “testa de ferro” e “laranjas” para ocultação de bens e movimentações financeiras. O motorista José Márcio é apontado como testa de ferro do vereador, que, além de atuar diretamente como intermediário financeiro, utilizava sua irmã como laranja para esconder bens adquiridos em nome de Paulo Henrique, como o veículo Jeep Compass.

Um dos principais elementos da investigação é o uso do nome de Maria Edinalva na compra do veículo, que foi encontrado na garagem do apartamento de Paulo Henrique. Segundo os investigadores, o carro está registrado no nome de Maria Edinalva, que também teve seu nome utilizado pelo vereador para ocultar outras transações financeiras e bens, reforçando o esquema de lavagem de dinheiro.

Além disso, foram encontrados indícios de que Paulo Henrique utilizava cartões de crédito e débito em nome de Maria Edinalva para realizar despesas pessoais, em uma tentativa de ocultar sua origem e destino. Essa prática pode caracterizar, de acordo com a polícia, além da lavagem de dinheiro, um esquema de “funcionários fantasmas” na Câmara Municipal de Cuiabá, com a possibilidade de o vereador usar dados de terceiros para obter vantagens indevidas.

A investigação também destaca o papel de José Márcio, que, além de ser funcionário do vereador, era responsável por receber e redistribuir grandes somas de dinheiro, muitas vezes ultrapassando cem mil reais em uma única transação. Ele também cedia seus cartões de crédito para cobrir despesas pessoais de Paulo Henrique, agindo como intermediário financeiro para dificultar a identificação das movimentações.

José Márcio, como forma de compensação por seu papel no esquema, recebia uma parte dos valores oriundos de propinas e utilizava suas contas bancárias para facilitar as transações. A relação entre José Márcio e Paulo Henrique, evidenciada nas comunicações interceptadas, reforça o uso contínuo de sua posição como testa de ferro para ocultar a origem e o destino dos recursos financeiros envolvidos.

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Além dos nomes de José Márcio e Maria Edinalva, a investigação também envolve outras figuras e práticas ilegais relacionadas ao esquema de corrupção. Entre elas, o uso indevido de recursos do Sindicato dos Agentes de Fiscalização do Município de Cuiabá, do qual Paulo Henrique é presidente, pelo assessor parlamentar José Maria de Assunção.

Além disso, Paulo Henrique orientava Ronnei Antônio Souza da Silva, um dos proprietários do Quiosque do Xomano, para subornar fiscais e manter o estabelecimento funcionando. Também foi identificado o envolvimento de Rodrigo Anderson de Arruda Rosa, fiscal da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil de Cuiabá (SORP), que recebia pagamentos do Comando Vermelho para flexibilizar fiscalizações em casas noturnas usadas para lavagem de dinheiro.

Com base nas provas levantadas, a Justiça autorizou o sequestro de valores em espécie superiores a R$ 2 mil, além de bens de alto valor como joias, relógios e obras de arte. Também foram apreendidos veículos vinculados ao esquema, incluindo um Renault Sandero e um Jeep Renegade de Paulo Henrique, um Chery Tiggo de José Márcio Ambrosio Vieira, um VW Polo de Rodrigo Anderson de Arruda, um Jeep Renegade de José Maria de Assunção e um Toyota Yaris de Maria Edinalva Ambrosio Vieira. O imóvel no Condomínio Chácara Três Morros, localizado no Distrito de Aguaçu, em Cuiabá, também foi alvo da operação.

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