A investigação sobre a morte do adolescente Diego Henrique Coré, de 12 anos, após dias se queixando de dores no ombro, foi transferida da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) para a Delegacia de Homicídios (Dhpp). A informação foi apurada com fontes do Repórter MT. Detalhes sobre o motivo da transferência do caso de uma delegacia para a outra ainda não foram divulgados.
Diego morreu no dia 8 de agosto deste ano, dentro de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá, após enfrentar uma saga de três dias indo e vindo de hospitais na capital.
No dia em que o menino teve a morte constatada, o padrasto dele disse que o adolescente havia caído do telhado da escola enquanto tentava pegar uma pipa, mas não informou quando a suposta queda teria acontecido.
Em seu último dia na escola, Diego foi até a sala da diretora e disse que estava com fortes dores na altura do ombro. Os pais do aluno foram acionados, mas não se apresentaram para buscá-lo de imediato. Somente após o menino novamente reclamar de dor é que ele foi levado para casa pelos pais.
O corpo do adolescente foi encaminhado para exame de necropsia e a polícia aguarda a conclusão para determinar as causas que levaram à morte de Diego. Preliminarmente, foi constatado que o menor morreu por insuficiência respiratória.
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Relembre o caso
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, o paciente deu entrada na UPA por volta das 23h do mesmo dia em que reclamou de dor na escola – fato que ocorreu no período da manhã – e foi classificado como pouco urgente. No atendimento, ele se queixava de dor no ombro esquerdo.
Por conta disto, foi pedido um exame de raio X, e não foi encontrada nenhuma lesão. O médico prescreveu medicações para serem administradas na unidade de saúde e em casa. Além disso, ele recebeu um encaminhamento para um ortopedista no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Na manhã do dia seguinte, 07 de agosto, o adolescente foi até ao HMC junto do pai, ainda reclamando de dor no ombro esquerdo. Ele foi avaliado pela equipe médica, que também não encontrou sinais de fratura ou luxação no ombro e foi novamente liberado com orientações médicas e recomendações de repouso.
Por fim, no dia 8 de agosto, às 6h, o paciente retornou à UPA Pascoal Ramos, sem pulso. Ele foi imediatamente encaminhado para o Box de Emergência, onde foram iniciadas manobras de ressuscitação, mas sem sucesso.
A Secretária Municipal de Saúde lamentou em nota o óbito da criança e informou que irá fornecer todas as informações necessárias para a investigação do caso.
Família pede justiça
Em entrevista para o Programa do Pop, a avó da vítima demonstrou insatisfação com o tratamento médico que o adolescente recebeu. Ela acredita que tenha havido negligência no atendimento e por isso o garoto morreu.