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Imagens mostram a influenciadora Stheffany Xavier e a empresária Kamilla Beretta, suposta contadora do Comando Vermelho, portando armamentos de grosso calibre, conforme aponta relatório das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco-MT) que desencadeou a ‘Operação Ragnatela’ na quarta-feira (5). Ambas são suspeitas de participar do núcleo do CV que usava casas noturnas e shows para lavagem de dinheiro.
No Instagram, Stheffany Xavier confirmou que trabalhou no setor durante 10 anos e que, inclusive, recebeu o dinheiro – cerca de R$ 48,8 mil – dos outros investigados no inquérito. No entanto, segundo ela, o montante registrado no relatório foi repassado devido ao seu trabalho lícito na venda de ingressos e divulgação de shows, principalmente de funk, em Cuiabá.
“Eu fiz evento durante 10 anos da minha vida com diversas pessoas, com diversas casas de shows. Eu entro com a divulgação, com a minha equipe para vender ingressos, vender camarote. Eu não entro para lavagem de dinheiro, não entro para a contabilidade de ninguém. Eu fazia meus eventos, vendia meus ingressos e recebia minha comissão”, justificou.
‘DAMA’ DO FINANCEIRO
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A situação de Kamilla Beretta, por sua vez, estaria diretamente relacionada à contabilidade do grupo. Segundo as investigações, junto de Rodrigo Leal, assessor do vereador Paulo Henrique, que também foi alvo das investigações, Beretta distribuía o lucro dos eventos que contavam com o financiamento do Comando Vermelho.
Parte do dinheiro era repassado a Joadir Gonçalves, o ‘Jogador’, e a Willian Aparecido, o ‘Gordão’, ambos lideranças da facção criminosa e peças chave no esquema de lavagem de dinheiro utilizando casas de festas, conforme o Ficco. Relatório traz diversas conversas interceptadas entre Kamilla e Rodrigo dando conta de práticas comumente usadas pelos criminosos, como depósitos ‘picados’.
Conversas entre Kamilla e Willian Gordão também demonstram a importância dela para a contabilidade do grupo.
“Não, GORDÃO, você sabe que eu não faço só isso. Eu tenho que cuidar de todo o financeiro, eu tenho que pegar o dinheiro, tenho que ficar depositando, tenho que pagar os funcionários, tenho que pagar as coisas que eles faz, tem que cuidar de tudo, tem que mexer com o financeiro todo dia, passar tudo bonitinho pra vocês. Não é sexta e sábado que eu trabalho não”, diz Kamilla em uma das mensagens.
Na sequência, ela demonstra insatisfação com o valor que está recebendo para prestar os serviços à facção e relata que preferiu deixar o Dallas Bar, adquirido pelo CV, para ficar com um clube de um estacionamento.
“Tava muita coisa, ainda tem o G12, tem o financeiro, tem os eventos nacional (sic), não dava só que o cachê que eu estou recebendo só com esse dinheiro também não dá”, afirma.
Beretta foi presa durante a Operação Ragnatela, deflagrada na quarta-feira. Além dela, foram alvos de mandado de prisão os faccionados Joadir Alves Gonçalves, o Jogador, preso no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Joanilson de Lima Poliveira, o ‘Japão’, João Lennon da Silva, Willian Gordão e os ex-assessores do vereador Paulo Henrique, Rodrigo Leal e Elzyo Jardel Xavier Pires.