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Investigação aponta envolvimento de diretor de cadeia com lavagem de dinheiro do tráfico

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Investigações que levaram à ‘Operação La Catedral’ indicam o envolvimento do diretor da Cadeia Pública de Primavera do Leste (234 km de Cuiabá), Valdeir Zelis dos Santos, com a lavagem de capitais oriundos do tráfico de drogas. O grupo criminoso, conforme a investigação, movimentou mais de R$ 24 milhões. Relatório cita pelo menos uma ocasião em que Gutemberg dos Santos Mesquita, irmão de consideração de Valdeir, teria recebido dinheiro do tráfico. 

O caso aconteceu em Primavera do Leste, em 2022, ocasião em que Gilberto Vieira Alves Filho foi preso em flagrante transportando mais de 120 tabletes de cocaína. Na época, Gutemberg recebeu R$ 45 mil de Jeová Vieira de Aguiar, um dos financiadores do grupo criminoso. A polícia acredita que o dinheiro era repassado para que os transportadores da droga pudessem receber. 

“A ligação entre os suspeitos são as ocorrências de tráfico de drogas, nas quais há depósitos de valores para os transportadores das drogas, indicando, assim, a existência de uma associação para a prática do tráfico de drogas ou o financiamento para o tráfico”, diz trecho do relatório. 

Além de Valdeir, Jeová e Gutemberg, Rafael Cardoso de Moraes e Janderson Lopes são citados no núcleo de lavagem de dinheiro. Janderson, que é associado ao Comando Vermelho, já havia sido alvo de outras duas operações voltadas aos crimes financeiros da facção, a ‘Red Money’ e a ‘Três Estados’. 

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CORRUPÇÃO EM DELEGACIA

A Operação La Catedral desarticulou esquema de corrupção dentro da Cadeia Pública de Primavera do Leste. No local, os presos tinham a opção de pagar propina para conseguir autorização de trabalho externo e melhores acomodações na unidade. 

Janderson teria pago cerca de R$ 20 mil para ter o ‘passe livre’. Depois, junto de Valdeir, ele teria começado a ‘empregar’ detentos em sua empresa e propriedade rural. De acordo com as investigações, os detentos também eram utilizados como mão de obra por Valdeir.

Pelo menos 20 presos teriam trabalhado nas obras, empresas e na chácara de Janderson Lopes. Outros 23 foram designados para propriedade do diretor da cadeia, conforme aponta representação que deu origem à La Catedral. 

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