Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agro brasileiro conseguiu transmitir ao mundo o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar na Conferência das Partes da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que terminou na última sexta-feira (18).
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, o Brasil demonstrou na conferência suas ações para cumprir metas do Acordo de Paris e contribuir com o fornecimento de alimentos para um bilhão de pessoas no mundo. Contudo, Muni, ressaltou que, nas duas semanas de negociações acerca dos pontos importantes do setor, o avanço das negociações em relação a implementação de medidas como o funcionamento de ações pelos países desenvolvidos para que aqueles em desenvolvimento possam enfrentar os problemas decorrentes das mudanças climáticas, ficou aquém das expectativas.
“Havia muitas expectativas em relação a este tema para que os países desenvolvidos, que contribuíram fortemente para o aumento da temperatura global, pudessem fazer aportes em termos de investimentos e cooperação técnica, mas vamos seguir esperando por avanços para as próximas conferências”, ressaltou.
Outro ponto nas negociações que deixou a desejar, segundo Lourenço, foi a definição de instrumentos para a operacionalização do mercado de carbono. “Pelo ativo ambiental que o Brasil possui, o país poderia dar grande contribuição ao mundo neste mercado, mas infelizmente tivemos avanços tímidos”. Por outro lado, ele destacou que houve avanços em relação ao Grupo de Koro Nívia, reconhecendo a importância da agricultura para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
“O Brasil tem programas e tecnologias que sempre conciliaram produção com preservação ambiental e o grupo reconheceu a importância de programas como o ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), que é referência mundial em questão de sustentabilidade e sequestro de carbono, e o Grupo de Trabalho reconheceu essa importância”.
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O presidente da Comissão de Meio Ambiente da CNA também destacou a realização do Dia do Agro, no último dia 14, e a presença do cientista Rattan Lal, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2007 e do Prêmio Mundial da Alimentação em 2020, que elogiou a agricultura brasileira como exemplo bem-sucedido de sustentabilidade.
Ainda nos debates do Dia do Agro, o Sistema CNA/Senar participou de debates sobre segurança alimentar e climática, PRAVALER e políticas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros.
“O agro brasileiro marcou sua posição e foi ouvido pelo mundo mostrando que o país é uma potência ambiental e energética e parte da solução dos problemas climáticos. Segurança alimentar e climática caminham juntas”, afirmou.
Fonte: AgroPlus