Durante o período de isolamento por conta da Covid-19, as redes sociais registraram um grande aumento de novos usuários. Uma delas, o TikTok, teve um crescimento de 45% entre 2020 e 2021. Em meio ao crescimento da plataforma e o trabalho de casa, Camila Bakari, educadora financeira, criou seu canal.
Camila tomou as redes sociais para falar sobre educação financeira após uma trajetória no ramo da comunicação mercadológica. Após sair de seu emprego na área interna da empresa, a educadora se viu interessada no ramo da economia, e tomou os estudos da área para sua conta no Instagram. Após ter um alcance grande na plataforma, a curiosidade sobre o TikTok cresceu, e em 2020 a criadora de conteúdo iniciou seu canal sobre finanças na rede chinesa.
Após sair de seu emprego, a criadora de conteúdo procurou investimentos e outras maneiras de garantir sua segurança financeira. Porém, após a recomendação de seu marido de seguir na área de finanças, Camila se apaixonou pelo meio.
Receba as informações do ATUALMT através do WhatsApp:
Clique aqui para receber as notícias no seu WhatsApp.
Contudo, ao adentrar nas finanças, a influencer não se enxergava ao seu redor. Para ela, a vivência como mulher e negra influencia na sua carreira digital. Ela reconhece seu privilégio de ter conseguido uma bolsa de estudos logo cedo e não ter tido a mesma necessidade de colegas e amigos de trabalhar desde a juventude, porém explica também como suas origens formam seu conteúdo.
“Sempre produzi vídeos pensando em como eu gostaria de aprender. Sou da área de finanças e sei o quão difícil é o linguajar da área”, disse. “Então eu comecei a tentar traduzir essa linguagem de uma forma mais leve, mais divertida, tentando sempre mostrar que educação financeira é para todos.”
O papel da representatividade em seu conteúdo também faz a diferença no impacto de seus vídeos. A especialista afirma que, ao analisar seu público alvo, 85% no TikTok é composto por mulheres, e no instagram o número se reflete.
A educação financeira no Brasil ainda não faz parte da grade curricular básica das escolas. Bakari defende o ensino da área dentro das salas de aula, já que o assunto muitas vezes se torna um “tabu” dentro de casa.
Entre no canal do Brasil Econômico no Telegram e fique por dentro de todas as notícias do dia. Siga também o perfil geral do Portal iG
A independência financeira dos jovens é um dos tópicos mais recorrentes em seu canal, e é uma das áreas de maior interesse da influencer. O início da carreira e a sua relação com o dinheiro podem fazer grande diferença para os anos seguintes, explica. “Quando a pessoa já chega aos seus 40, 50 anos, ela já vai ter um direcionamento melhor sobre finanças.”
O público jovem no aplicativo demonstrou interesse no conteúdo, e hoje Bakari possui mais de 280 mil seguidores. “O público foi extremamente receptivo, e hoje as pessoas me perguntam quais são as melhores formas de investir, quais são os melhores bancos no país, e isso é muito gratificante.”
A surpresa também veio ao se deparar com os usuários do aplicativo: antes de adentrar à plataforma, Camila acreditava que o TikTok era formado, em sua maioria, por um público infantil. Contudo, ao ver o interesse dos adultos ela entendeu que seus vídeos seriam um negócio sério. Ao atingir 80 mil seguidores a influencer fechou sua primeira publicidade, marco que fincou sua carreira digital. “A internet também é um negócio, hoje eu tenho uma empresa voltada para isso.”
Ensinar sobre as diferenças entre os tipos de investimentos é fundamental para Bakari. Para ela, a falta de conhecimento sobre os riscos e os valores no mercado pode levar os futuros investidores a fazerem escolhas erradas, e a educação financeira é a melhor alternativa para evitar crises e perdas durante as negociações.
“A Bolsa de Valores é incrível, há várias possibilidades. Porém, infelizmente, a falta de informação acaba gerando aquele tipo de notícia sobre grandes perdas de dinheiro, e isso gera uma má impressão sobre a venda variável.”
Camila encerra voltando para a inclusão e o lugar das mulheres na área, dizendo que “Falar sobre finanças tem que ser para todo mundo.”
Fonte: IG ECONOMIA