Os cuiabanos já estão acostumados, nesta época do ano, com as altas temperaturas, baixa umidade do ar e com a fumaça causada pelas queimadas. Mas além do sistema respiratório, os olhos se tornam vítimas dessas condições negativas. É justamente neste período que aumentam os casos de conjuntivite.
“As partículas de fumaça, de poeira, e os próprios vírus estão todos suspensos no ar. Então, as conjuntivites alérgicas são bem comuns, mas principalmente as conjuntivites virais porque estamos numa fase do ano em que a transmissão é muito mais fácil por conta desse clima seco”, explica a médica Paula Bumlai.
Ao contrário de uma reação alérgica, que pode melhorar com cuidados de limpeza e hidratação da área dos olhos e umidificação do ambiente, em casos de conjuntivites esses cuidados não trazem resultados imediatos.
“A conjuntivite viral ela não tem mudança só com higiene e hidratação. Ela não muda, não ameniza, pelo contrário, ela segue o fluxo natural que é entre 7 e 10 dias de resolução. É uma doença transmissível, mas na maioria das vezes sem complicações”, explica a médica.
Os principais cuidados recomendados incluem o isolamento, única medida capaz de evitar que a doença se alastre, já que se trata de uma infecção altamente contagiosa. Além disso, é recomendado evitar coçar os olhos e o rosto.
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“Às vezes você tem o contato com o olho contaminado, tocou na bancada, na mesa, nos talheres e a outra pessoa que teve o contato depois de você tem o risco de se contaminar por contato direto. Então é importante que a pessoa se isole, mantenha esses cuidados com os olhos, e procure um oftalmologista em caso de persistência muito longa dos sintomas e irritação severa”, aconselha Paula Bumlai.
Apesar de não ser comum, é possível que o quadro evolua para uma infecção bacteriana em decorrência de contaminação dos olhos. “E às vezes uma conjuntivite que era só alérgica ou viral se torna uma infecção bacteriana porque se a conjuntiva já está toda irritada, inflamada, inchada, aí a bactéria vê o ambiente perfeito para ela sobreviver e se desenvolver”, explica a médica.
A recomendação é procurar orientação médica em casos em que as irritações durem mais do que dez dias. Também não é recomendado o uso de lentes de contato durante o período em que o paciente apresentar os sintomas. Por ser uma doença com começo, meio e fim, não são necessário cuidados específicos além dos já mencionados acima, contudo, o uso de colírios prescritos por médicos pode acelerar o fim da infecção.