O vereador Marcos Paccola (Republicanos) pediu, nesta quinta-feira (4), licença do cargo na Câmara Municipal para se dedicar à campanha eleitoral. Paccola é pré-candidato a deputado estadual na eleição dente ano.
No plenário, enquanto anunciava o pedido de licença, Paccola ainda comentou a decisão da Justiça que suspendeu o porte de arma dele. “Depois de mais de 20 anos [na Polícia Militar] me sinto como se estivesse nu, pelado”, disse.
O parlamentar é tenente-coronel da Polícia Militar e virou réu por homicídio qualificado do policial penal Alexandre Miyagawa. O caso aconteceu no dia 1º de julho, no Bairro Quilombo, em Cuiabá.
Ainda durante fala na Câmara, Paccola cutucou a vereadora Edna Sampaio (PT), que afirmou temer estar no mesmo ambiente que o ex-PM, por ele andar armado.
“Por decisão do juiz, e decisão judicial a gente acata, hoje não estou portando a minha arma de fogo. Algumas pessoas que se sentem amedrontadas a minha volta, pelo fato de eu estar portando uma arma, fiquem tranquilas, porque não posso mais enquanto essa decisão não for revogada”, afirmou.
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“Tenho ciência de que se algo acontecer a minha volta, nada vou poder fazer a não ser assistir o que estiver acontecendo”, emendou.
Ele disse que amigos que integram a Polícia Militar do Estado se solidarizaram após a decisão judicial e lhe ofereceram “escolta” nas horas de folga.
“Eles disseram: ‘Fique tranquilo, o senhor não ficará à merce e ninguém que queira fazer algum intento, irá conseguir’. E alguns policiais se organizaram para, nas folgas, andarem comigo, enquanto eu não tiver a possibilidade de me defender”, disse.
“Então, não estarei vulnerável. Por mais ferido que esteja, o leão nunca vai deixar de ser leão. Ele perde os dentes, os pelos, mas não o instinto”, disse.
Licença
Segundo Paccola, o pedido de licença se faz necessário para que ele tenha dedicação exclusiva à campanha eleitoral.
“Com esse vigor, protocolo meu pedido de licença que será votado […]. Eu vou levar dia, noite e madrugadas para me dedicar a campanha. Amanhã, se for assim acolhido pelo partido, vamos cravar a nossa condição de candidato para deputado estadual”, disse.
O pedido protocolado pelo parlamentar deverá ser apreciado pelo plenário na sessão de terça-feira (9). Paccola não informou quantos dias deverá sair de licença, mas a eleição ocorre no dia 2 de outubro.
Na Câmara, Paccola é alvo de um pedido de cassação do mandato por atirar e matar o agente socioeducativo. O processo está sob análise da Comissão de Ética da Casa, e o pedido de licença do vereador, não deve alterar os prazos do regimento da Casa.
O caso
Paccola interferiu em uma confusão que acontecia em frente a uma distribuidora do Bairro Quilombo.
Na ocasião Myagawa, o “Japão”, estava com a arma na mão, atrás de sua namorada, Janaína Sá.
O vereador afirmou que passava pelo local e foi informado que Alexandre estava armado e ameaçando a companheira dele.
Paccola ainda disse que chegou a dar voz de prisão, mas o agente não teria obedecido.