Um adolescente de 16 anos foi parar na Justiça da Infância e Juventude por estupro e atentado violento ao pudor contra a própria irmã, de 6. Ele admitiu o que fez, e hoje vive afastado da vítima e da mãe. Na sua decisão, de abril último, o juiz de direito afirmou que casos como esse acontecem por negligência dos responsáveis. A mãe é uma professora do ensino básico que cuida do casal de filhos sozinha. O pai das crianças é alcoólatra.
No Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, especialistas ouvidos por Universa rebatem: todos somos negligentes, inclusive o Estado.
Em audiência virtual realizada pela 4ª Vara Especial da Infância e Juventude e a qual Universa teve acesso, a mãe contou que seus filhos ficam sob os cuidados de seus pais enquanto trabalha. Certo dia, ao assistir televisão com a caçula, a criança lhe contou que em algumas ocasiões, enquanto dormia na casa dos avós, o irmão tirava sua roupa e tocava suas partes íntimas. Falou ainda que ele a beijava e colocava vídeos de conteúdo pornográfico para os dois assistirem. E que não havia contado antes porque o adolescente fez ameaças de agressão.
Receba as informações do ATUALMT através do WhatsApp:
Clique aqui para receber as notícias no seu WhatsApp.
O adolescente, por direito, nada falou na audiência, e o juiz considerou que “tal atitude é incoerente com a inocência sustentada pela defesa. Quem é inocente e se vê injustamente acusado procura, em todas as oportunidades nas quais é ouvido, clamar por sua inocência e declinar sua versão sobre os fatos ocorridos”, ele escreveu na sua decisão, de 13 de abril.