O jovem de 24 anos suspeito de agredir e matar a enteada de 1 ano e 2 meses em Peruíbe, no litoral de São Paulo, percorreu cerca de 10 km com o bebê no colo, já sem vida, até uma unidade de saúde da cidade. O padrasto foi preso em flagrante e, segundo apurado pelo g1 nesta quinta-feira (23), a prisão foi convertida para preventiva.
O caso ocorreu na última terça-feira (21) em uma residência na Rua da Lontra, no bairro Bananal, em uma área rural da cidade. Logo após o ocorrido, o ajudante de pedreiro correu por 2 km com a criança até a casa de conhecidos.
“Era 8h, ele vinha correndo na estrada com a criança no colo, sem roupa, e quando a gente foi observar, a criança já estava morta. Aí, tentei ligar para o bombeiro, o bombeiro atendeu, e quando começou a dar instrução, caiu a ligação”, afirmou uma vizinha, que preferiu não se identificar, à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo.
Conforme o relato, os vizinhos tentaram reanimar a menina, mas não conseguiram. Eles tentaram ligar novamente para os bombeiros, e para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sem sucesso, devido à falta de sinal. Na sequência, eles a levaram até a Unidade Básica de Saúde do bairro Vila Peruíbe, de carro, em um percurso de 8 km. Na UBS, o Samu a pegou e encaminhou para a Unidade de Pronto Atendimento da cidade.
“Meu marido falou que tinha marcas nas costas dela. Eu vi mesmo, e minha vizinha lá viu a marca roxa. Chegou lá no hospital, falou que estava com a costela quebrada. É triste, ela já estava morta. Aí, eu coloquei uma roupinha da minha neta nela, porque ela estava nua”, explica a esposa do morador que ajudou no socorro.
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Na unidade, os médicos constaram que a criança tinha vários hematomas pelo corpo, principalmente nas costas. Diante das lesões, a UPA comunicou ao 1º Distrito Policial de Peruíbe, que pediu apoio da Polícia Militar. No local, as autoridades encontraram o padrasto da criança, que alegou que a menina se engasgou e caiu da cama. A equipe o levou até a delegacia e foi até a casa da família, onde encontrou a mãe, e a encaminhou ao DP para prestar esclarecimentos.
Ao ser interrogado, o padrasto negou ter agredido a criança, e reafirmou que ela teria se machucado ao cair da cama. Já a mãe afirmou que as lesões ocorreram há alguns dias, quando a criança caiu do carrinho de bebê. A médica que atendeu o bebê também foi ouvida, e informou à polícia que as lesões constatadas eram recentes e graves, incompatíveis com quedas de berços ou camas.
O padrasto foi preso em flagrante, e ainda na noite de terça-feira, o delegado representou pela prisão preventiva. Nesta quarta, o Ministério Público também requereu a preventiva, e o juiz converteu a prisão. O jovem responderá por homicídio. O g1 tentou localizar a defesa do padrasto, mas até a última atualização desta reportagem, não conseguiu retorno.