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Defesa quer exame de insanidade em mãe que esquartejou bebê

Gazeta Digital

A ré Ramira Gomes dos Santos, 22, tenta liberdade após 6 meses presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, em Cuiabá. Ela foi detida em maio, acusada de matar e esquartejar o filho, Bryan da Silva Otany, 4 meses. Ela assumiu o crime e tentava fugir para o Amazonas quando acabou presa.

A mulher já havia tentado liberdade na Comarca de Sorrisso, onde o processo original tramita, mas o pedido foi negado. A Defensoria Pública que a representa também requereu instauração de processo para apurar insanidade mental da ré, mas a juíza Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, da Primeira Vara Criminal de Sorriso, negou o requerimento em 15 de setembro.


A defesa alegou que em oitiva a ré demonstrou perturbação e comportamento inadequado, o que sugeria algum desequilíbrio mental.


O argumento não convenceu a juíza, que narrou o histórico da jovem e também depoimento de testemunhas para amparar sua negativa.


“Tem-se do interrogatório da acusada que a mesma pode até ser reservada, mas não transparece padecer de nenhuma moléstia mental a justificar a instauração do incidente pretendido. Não tomava remédios controlados, não relata surto anterior, nem tratamento médico algum”, diz a decisão.

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Consta no documento judicial que Ramira foi adotada aos 2 anos e que logo em tenra infância presenciou o pai matar a mãe. Foi morar com uma irmã, com quem passou boa parte da vida.


Aos 13 anos começou a usar drogas, tendo experimentado todas. O uso perpetuou até o dia de sua prisão. Nesse meio tempo ela se casou duas vezes. A primeira aos 17 anos e depois aos 21.


Ela teve uma filha com o primeiro marido, de quem se separou amigavelmente e tinha guarda compartilhada da criança.

Não há queixa de negligência ou maus trados da menina. Depois, com o segundo esposo, teve Bryan. O companheiro também usava drogas e a ré se separou dele quando a vítima tinha 15 dias.


Mãe e filho passaram a viver na casa de parentes e Ramira trabalhava como cabeleireira. Solteira novamente, ela começou a ter um relacionamento virtual com uma mulher que morava em Boa Vista (RR).


Após meses de namoro, a namorada terminou o relacionamento. Certa de reatar com a amada, Ramira vendeu suas coisas de casa, as da irmã com quem vivia, matou a criança e viajou para Boa Vista. Ela foi presa em embarcação um dia após o crime.


Diante da negativa para exame de insanidade, a defesa da ré acionou o Tribunal de Justiça em 18 de outubro e espera decisão. O recurso será avaliado pelo desembargador Paulo da Cunha, da Primeira Câmara Criminal.


O caso
O crime foi cometido com requintes de crueldade. Segundo a mãe, na madrugada de 14 de maio ela matou o bebê asfixiado com um travesseiro. Foram necessárias duas tentativas para conseguir matar o filho, que estava no carrinho.

Depois do homicídio, ela levou o corpo até a pia da cozinha, onde cortou as mãos e pés do filho, para facilitar esconder o cadáver. Ela colocou os membros dentro de latas de leite em pó, embalou em sacos de lixo e deixou na lixeira em frente da casa.


Ela ainda lavou o local e jogou as roupas que usava fora. O tronco e cabeça foram enterrados em uma cova rasa embaixo de um tanque de lavar roupa no quintal.


Ao amanhecer, foi até o mercado para comprar produtos de limpeza para tentar eliminar os vestígios de sangue na cozinha. Depois de ter matado o filho, ela ainda compareceu à uma consulta no dentista, como se nada tivesse acontecido.


Os restos mortais foram encontrados por um cachorro e logo os vizinhos chamaram a polícia.

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