A série documental sobre o assassinato de Daniella Perez, produzida pela HBO Max, irá tocar em temas sensíveis da sociedade brasileira. Segundo a diretora, Tatiana Issa, machismo e feminicídio serão debatidos na obra.
“Essa série trata de tópicos importantes como feminicídio, a culpabilização da vítima, do circo midiático, dos detalhes do crime, mas, sobretudo, conta a história da luta de uma mãe, que mesmo depois de 30 anos, continua lutando como uma leoa”, disse no Instagram.
O assassinato será contado pela perspectiva da mãe de Daniella, a escritora Gloria Perez, além da família e amigos. A série documental terá a participação do viúvo de Daniella, o ator Raul Gazolla e da amiga e atriz Claudia Raia.
A diretora, ao compartilhar fotos do depoimento de Raia, comentou: “O assunto era doloroso, sério e difícil, tocamos em muitos tópicos: machismo, feminicídio, a fraqueza das leis brasileiras, da imprensa tantas vezes sensacionalista”.
Em outra postagem, a diretora afirmou que a série é um projeto “impactante” e mencionou Gloria Perez. “É impressionante ver a força e o amor incondicional dessa mãe tão guerreira que luta há 30 anos pela filha. Todo meu amor à Gloria Perez”, disse.
As filmagens estão sendo feitas no Rio de Janeiro. Tatiana compartilhou que o depoimento de Marieta Severo foi gravado na casa da atriz, onde a diretora passou a infância. “Muita emoção voltar nessa mesma casa onde passei tantas e tantas noites, tantos meses e aventuras, na minha adolescência. Marieta sempre foi a grande mãezona de todos nós”, disse.
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Helena Buarque, filha de Marieta e Chico Buarque, foi ouvida pela gravação. “Marieta viu [Daniella Perez] crescer e correr pela casa junto com Lelê [Helena Buarque], entre as lições de casa e as apresentações da escola, as festinhas, os primeiros namoradinhos”, contou.
Tatina Issa e Gloria Perez
A diretora admira a escritora, que confiou a ela a produção da série documental. “Essa série é uma declaração de amor à Gloria Perez, uma mulher guerreira, uma mãe que nunca desistiu de lutar por justiça pela filha assassinada de forma tão brutal”, afirmou Issa quando anunciou que faria a série.
Em uma entrevista no podcast ‘Novela das 9’, do GShow, Gloria contou que a diretora se comprometeu a ser fiel nos autos do processo. “Você não pode impedir que histórias públicas sejam contadas”, disse Glória. “Então, já que alguém, em algum momento, iria fazer essa história, prefiro que façam com esta seriedade, se atenda ao que está no processo. Foi por isso que abri meu arquivo para eles. É um compromisso escrito e com autorização da Globo”, contou.
Ela contou as expectativas em relação à série. “Espero que faça justiça à minha filha”, disse. Ela também contou que não autorizou que a série fizesse encenações por atores, como nos filmes sobre o caso Richthofen. “Jamais admitiria, essa história é para documentário”, contou.
“Essas pessoas não foram condenadas à toa. Elas foram condenadas por homicídio duplamente qualificado porque existiram provas suficientes para que isso acontecesse. Só que essa narrativa nunca foi feita. Aliás, de uma maneira geral, ela nunca é feita em caso nenhum. Depois do julgamento, a imprensa não se interessa mais por aquele caso”, disse.
Crime
Daniella Perez foi morta em 1992. O corpo da atriz foi encontrado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, com 18 estocadas. Guilherme e Paula foram condenados a 19 anos e 6 meses de prisão, hoje soltos após cumprirem um terço da pena.