Gizelly Bicalho entrou no “Big Brother Brasil 20” e, desde o confinamento, já fazia planos para usar a visibilidade na construção de um projeto que beneficiasse mulheres que estão em condições de vulnerabilidade financeira e física. Ao sair da casa, a advogada deu os primeiros passos para conquistar o objetivo, mas deu de frente com a burocracia e a dura realidade da violência contra a mulher.
Nas redes sociais, que somam mais de 5 milhões de seguidores, ela ficou impressionada com campanhas que tinham o intuito de ajudar, mas que não produzem um resultado tão positivo quanto esperado. Por isso, ela é categórica ao dizer que “não basta pintar o olho de roxo e dizer ‘não mate mulheres'”. Em entrevista exclusiva ao iG Gente, ela comenta que, independente da quantidade de seguidores, é preciso ter responsabilidade com o que se compartilha.
“Não importa a pessoa tem 300 ou 500 mil seguidores, essa pessoa influencia outras. Hoje, acredito que a internet não tem mais espaço para quem não se posiciona”, opina. Gizelly foca os conteúdos do Instagram dela para o Sentinelas, um curso voltado para o empoderamento feminino e causas contra o machismo.
“O que está escrito e publicado vai chegar a alguém. Na minha luta, contra a violência doméstica, minhas publicações vão ajudar. Seja uma mulher a identificar aquilo que ela está passando, ou ensinar uma pessoa a dar a mão a uma amiga, ou a um homem que trata a mulher mal”, conta.
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Fama pós BBB
Gizelly, que não teve coragem de assistir ao “BBB 20”, revela que não fala com Pyong Lee desde a saída dela, no dia 14 de abril de 2020. Os dois eram melhores amigos dentro do reality show.
“Nos falamos apenas uma vez depois que eu saí do BBB, ele me ligou dois dias depois e nunca mais falou comigo. Nossa, fiquei muito triste, arrasada. Ele nunca mais me procurou essa foi a minha maior decepção. As outras pessoas que não gostavam de mim, tudo bem, mas minha amizade com ele era muito especial”, conta.
A advogada, protagonista do meme “Pyong Leeeee”, em que grita o nome do hipnólogo após a eliminação dele, conta que até hoje é lembrada pelo vídeo. “Não importa onde eu apareça, as pessoas gritam ‘Pyong Leeeee’ para mim na rua. Direto também aparece alguém no meu feed falando o mesmo. Foi um momento de amizade e tristeza por ele ter saído. Acho graça, sou muito intensa e eu ali estava sofrendo real”, lamenta.
Como todo ex-BBB, Gizelly entrou no programa sem entender que iria sair famosa do reality. Ela conta que ainda absorve a fama que ganhou após o programa. “Eu fiz terapia para entender porque que essas pessoas gostavam tanto de mim. No meu aniversário, eu não tinha como entrar em casa, de tanto presente, não conseguia entender como pessoas que não me conhecem pessoalmente poderiam me amar tanto”, se questiona.
Da mesma forma que ela conquistou o carinho e fãs, ela teve ódio. A advogada se deparou mensagens terríveis nas redes sociais se torcidas que eram oponentes ao grupo que formou dentro da casa.
“Recebi mensagens no nível ‘a Gizelly merece um ser estuprada porque mexeram com fulano’. Tudo por conta de BBB. As pessoas entram nisso mesmo e acham que os jogadores se odeiam, que têm que tentam matar a outra, jogar uma coisa meio assustadora, meio doentio assim”, se impressiona.
“O meu medo mesmo era de colocar minha integridade física em cheque, sabe? Mas é muita terapia para você conseguir lidar com o pós-BBB e muito pé no chão”, diz.
Gizelly entende Antonela
Mudando de reality show e de emissora, Gizelly também tem acompanhado os desdobramentos de “Ilha Record”, no qual Pyong Lee também está participando. Na volta do ex-jogador Dinei e da influencer Mirella Santos para a vila do “Ilha”, Antonela Avenalleda foi a que mais sofreu com críticas sobre a estratégia que compartilhava com Pyong Lee. Para a advogada, isso é sintoma do machismo.
“Aconteceu comigo no BBB, duvidaram de mim e da Marcella [Mc Gowan], em um dia todos estavam do nosso lado, dormimos e ao acordar metade da casa estava contra a gente”, lembra. “É engraçado porque uma palavra de um homem muda tudo, começam a acreditar nele. Quando um homem é explosivo, ele é corajoso. Agora, quando eu surtava, xingava, mandava para a p*ta que pariu, eu era a histérica”, comenta.