O advogado mato-grossense Rafael Costa Rocha foi ameaçado de morte por um homem que se identificou como sendo membro da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na noite da última quinta-feira (26). Conforme Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, um cliente informou ao jurista que se sentia extorquido por um desconhecido após receber diversas mensagens de Whatsapp por uma pessoa que ameaçava divulgar fotos e vídeos íntimos se não fosse contemplada com a quantia de R$ 5 mil.
Chantageado, o homem efetuou dois depósitos de R$ 1 mil na conta bancária da titularidade de uma mulher. Inicialmente, o criminoso informou àvítima que seria um delegado da Polícia Civil de Porto Alegre (RS) e que os pais de uma adolescente registraram queixa pelas investidas do homem em uma suposta menor de idade.
Na versão dos bandidos, a quantia de R$ 5 mil deveria ser paga em cinco parcelas de R$ 1 mil para o inquérito não ser levado adiante. O dinheiro ainda serviria para custear tratamento psicológico da suposta menor de idade.
Entretanto, o advogado entrou em contato com o suposto delegado via WhatsApp e cobrou informações do inquérito policial.
Ao pedir um telefone fixo da delegacia de Porto Alegre, foi ameaçado de morte pela criminoso que declarou ser membro do PCC e que “não gostaria de ter seu caminho atravessado”.
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“Eu faço parte do PCC. Aí é contigo né cara. Estou com seus dados. Se tu pensar em se intrometer na minha situação com o seu Aparecido a coisa vai ficar feia pro teu lado”, declarou.
Nos áudios, o criminoso ainda fez referência ao número 1533 que remete ao PCC pelo fato de a letra “p” ser a 15ª letra do alfabeto português na época e a letra “c”, a terceira.
Em entrevista ao site, o advogado Rafael Costa Rocha classificou a ameaça como um “ato atentatório ao Estado Democrático de Direito” e uma afronta “ao livre exercício da advocacia. Por isso, prometeu tomar todas as providências cabíveis.
“Nos termos da Constituição Federal, o advogado é indispensável à administração da Justiça. Por isso, também vou encaminhar a narrativa do fato à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Senado Federal e também a OAB. A advocacia e a Justiça jamais deverão ser intimidadas pelo crime organizado”, declarou.
O jurista ainda revelou que o criminoso enviou mensagens com dados pessoais como número de CPF seu, de familiares e até de amigos e vizinhos seguidas de ameaças de perseguição e morte com o intuito de intimidá-lo.
Logo em seguida, encaminhou um áudio informando que o “PCC faria uma visita ao seu escritório de advocacia” e ainda instalariam uma bomba para cometer um atentado.
“Toda essa reação foi feita após eu identificar que se tratava de um golpe financeiro possivelmente patrocinado de dentro de alguma cadeia. Repito: não me sinto intimidado e vou continuar trabalhando com a perspectiva de exercer o melhor do Direito”, concluiu.
O caso já é investigado pela Polícia Civil.